Capítulo 3

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Puta merda, puta merda, puta merda

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Puta merda, puta merda, puta merda.
Eu corria de um lado para o outro no meu quarto, pegando as primeiras peças de roupa que eu via na frente e vestindo-as desajeitadamente, tentando escovar os dentes ao mesmo tempo em que juntava o material da faculdade.

Havia passado a noite anterior trabalhando até tarde no meu projeto de TCC, acabando por ir dormir altas horas da madrugada, detalhe que motivou o sono pesado responsável pelo indesejado atraso.

Olhei o meu reflexo no espelho e quis chorar ao ver o desastre capilar no qual eu me encontrava. Aproveitei o tempo frio e peguei uma touca a fim de disfarçar — ao menos um pouco — aquela situação horrível na minha cabeça e empenhei-me em ignorar a minha cara que se encontrava tão ruim quanto o meu cabelo, jogando a bolsa nos ombros e pegando os livros de qualquer jeito.

Praguejei a chuva torrencial que caía, tremendo ao sentir uma forte rajada do vento gélido me atingir em cheio. Disparei porta afora correndo como se a minha vida dependesse disso, ao passo que buscava equilibrar o guarda-chuva em minhas mãos também ocupada pelos livros e lutava para não deixar a minha bolsa cair dos meus ombros.
Aquela cena deveria estar ridícula por muitos motivos:

1 — Eu parecia uma pata correndo.
2 — Eu estava correndo enquanto meus livros desequilibravam-se das minhas mãos.
3 — O meu guarda-chuva mais me molhava do que me protegia.
4 — A minha aparência se assemelhava com a aparência de alguém que havia acabado de sair da boca de um cachorro.

Essas eram somente algumas das razões, as outras eu perdi no meio do caminho quando percebi que um carro acompanhava a minha corrida ridícula. Torci para quem quer que estivesse o dirigindo não inventasse de passar por uma poça d'água, me deixando ainda mais molhada e piorando o que já estava ruim.

Tive a sensação de que aquele carro não me era estranho, confirmando a minha constatação ao ver o motorista do mesmo.

Diego Fainello.

Estranhei aquilo e decidi continuar o meu caminho enquanto meio-que-andava-meio-que-corria, não sabendo o que ele queria. Rir da minha situação? Tudo bem, que vá em frente. Ele abaixou os vidros à medida que eu o observava de canto de olho.

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