Em "Curvas da Vida" somos apresentados a Gus Lobel, um olheiro de beisebol que depois de toda uma vida dedicada ao esporte está entrando na velhice. Stress, dificuldade para urinar são algumas das perdas fisiológicas (senescência) que seu corpo começa a sentir paralelamente a uma desatenção agravada e um olvidar constante de fatos (não ainda com os diagnósticos para se considerar Mal de Alzheimer) que interfere negativamente em algumas de suas atividades como cozinhar (Papalia e Feldman, 2013). Gus adota uma postura cínica (por vezes mal-humorada) com sua própria condição mas aparentemente está lidando de uma maneira razoável com ela.
O grande questionamento surge quando a uma mancha surge (degeneração macular) na vista de Gus. Após realizar exames o médico lhe dá o parecer de que ele está com uma doença que pode o fazer perder a visão se ele não se tratar imediatamente. Problemas de visão também podem causar acidentes e quedas (Kulmala et al., 2009 apud Papalia e Feldman, 2013) e isto vem ocorrendo com Gus em sua residência.
Porém Gus, por não querer interromper seu trabalho, não aceita a recomendação médica e esconde de quase todos o que se passa. Este tipo de teimosia aparece muito na adolescência e pode reaparecer na vida adulta tardia como apontam Papalia e Feldman (2013) sobre o fato de que muitos idosos com problemas comportamentais tendem a não procurar ajuda.
Porém por intermédio de um amigo (vínculo significativo) Mickey, a filha advogada e workaholic de Gus, o procura e decide passar uns dias com ele na esperança que o mesmo melhore. Porém Mickey é uma adulta que passou por uma experiência expressiva de afastamento em relação ao pai em sua infância e adolescência e em face de não haver elaborado esta vivência tem problemas para confiar e estabelecer relações de intimidade. Este é um entrave para ela e que muitos indivíduos podem enfrentar na vida adulta.
É somente com a ajuda (e o amor compreensivo) de Johnny Flannaghan, um ex-jogador de beisebol que busca tornar-se um narrador de jogos, Mickey faz as pazes com seu passado e tira disso os recursos para provar-se a seu pai e retomar uma relação de qualidade com ele. Famílias que buscam resolver seus problemas mediante ao diálogo tem uma funcionalidade muito maior do que aquelas que não o fazem (Papalia e Feldman, 2013)
Referência:
· PAPALIA, DIANE E. e FELDMAN, RUTH DUSKIN. Desenvolvimento Humano. AMGH Editora Ltda. 2013.
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Janela da Alma: Cinema & Psicologia
Non-FictionColetânea de análises de filmes e documentários que fiz durante minha graduação em Psicologia. São textos que podem ser interessantes tanto para quem é cinéfilo quanto para quem se interessa pela ciência da mente.
