"Um Divã Para Dois" e a Psicanálise

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O filme trata da relação de um casal, Kay e Arnold. Kay está desanimada e triste com a maneira de se relacionar com o marido, sendo que não dormem na mesma cama, não trocam carinhos e não possuem mais relações sexuais. Querendo mudar a situação, Kay agenda para ambos um aconselhamento com um famoso terapeuta de casais, conhecido por resolver muitos casos complicados, em outra cidade. Arnold não gosta da ideia da esposa e inicia seu processo de resistência, dizendo que não iria para os atendimentos, mas acaba indo e deixando claro todo o tempo para Kay que é a contra gosto.

Já no set terapêutico, o psicoterapeuta, após questionar o motivo de estarem ali, começa a provocar o casal a avaliar seus desejos mais íntimos e a trabalhar sua autenticidade, falando sempre do que não é dito e do que está reprimido em cada um deles. Arnold novamente se mostra resistente, criticando, acusando e rejeitando tudo o que o terapeuta diz ou propõe, chegando a um processo de transferência negativa para com ele, demonstrando pulsões agressivas com frequência. Quando questionado pelo motivo de tanta raiva, Arnold acaba por dizer, mesmo que indiretamente, que tem medo de dizer coisas que nunca havia dito antes e isso realmente trazer problemas ao casamento. Seu modo agressivo e recuado de agir é demonstrado tanto no vínculo com a esposa como com o próprio terapeuta.

Após avaliar a demanda do casal, terapeuta resume o objetivo da terapia: tentar resgatar a intimidade no casamento e formas de comunicação mais assertivas, sendo um dos enfoques na terapia o tema da sexualidade.

Kay, demonstra-se frustrada, mas disposta a colaborar durante o processo, buscando uma possível reaproximação do casal. Porém, Arnold demonstrou um claro incomodo em entrar nessa temática. O terapeuta propôs atividades para serem desempenhadas, de acordo com os objetivos da terapia e, percebendo as dificuldades do casal em desempenhar essas atividades, que traziam á tona questões dolorosas e delicadas, o terapeuta demonstrou empatia, buscando intermediar o conflito e incentivou o casal a prosseguir.

O vínculo com o terapeuta foi essencial para que o vínculo entre o próprio casal pudesse ser restabelecido, já que o encerramento da terapia se deu em um momento-chave da vida do casal, onde estavam entrando em contato com seus medos, se deparando com dificuldades inerentes ao processo de reaproximação. Porém, o terapeuta deu um feedback positivo a eles, deixando claro que todos os casamentos passam por dificuldades e que Arnold e Kay já haviam obtido grandes avanços em comparação a quando chegaram na primeira sessão e possuíam potencial para melhorar a qualidade de vida de seu casamento, encaminhando-os para continuarem com a terapia de casal na cidade deles. 

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