Documentário "Pro Dia Nascer Feliz" e a Psicologia Educacional

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Na produção analisada somos colocados em contato com diversas realidades sociais do país e apresentados às narrativas de jovens de origens e cultura distintas. Essa diferenciação histórica e sociocultural faz com que cada um deles, em seus grupos sociais, se relacionem com a Educação e com a Escola de uma maneira própria.

O fator econômico determina em muito como cada dos jovens entrevistados se aproveitava do sistema escolar, o que pode ser estendido a todos os estudantes brasileiros. No norte Valéria, apesar de ser uma ávida leitora e escritora de qualidade, tinha um acesso à escola muito prejudicado primeiramente no transporte e que propagava para outras esferas. No norte também foram mostradas uma escola completamente sucateada, que reflete como a maioria das instituições de ensino público daquela região são deixadas sem recursos por parte do Estado.

A politicagem de coronelismo que conhecidamente se dá nas esferas de poder daqueles estados do Brasil está diretamente relacionada ao atraso de desenvolvimento que se observa ali. A demagogia, o assistencialismo e a compra de votos por meios indiretos são os modos como esses políticos corruptos se perpetuam no poder. A única saída para tal cenário seria uma conscientização que tirasse o povo de seu analfabetismo político, lhe permitindo escolher representantes melhores, mais preocupados com a Liberdade. É exatamente dessa Liberdade que os poemas de Valéria falam. Ela sente-se presa, presa por um sistema centralizador que com a altíssima tributação retira recursos de todas as instituições, desde a família até a escola. Sendo os recursos financeiros escassos o desempenho de todas instituições é comprometido e ao relacionarem-se criam um quadro geral de dificuldade onde a perspectiva de melhora é pouca, demasiado pouca.

No caso do Colégio Santa Cruz, uma instituição de ensino particular para jovens de famílias da classe média alta, observa-se um cenário de aproveitamento escolar muito escolar muitíssimo melhor. No entanto é claramente observável como o paradigma positivista que rege as avaliações (a nota atingida atesta o quanto o aluno aprendeu ou não) pode oprimir o estudante. Os vestibulares e concursos no Brasil seguem essas mesmas regras e "decoreba" impera. Um repensamento humanista da avaliação escolar e acadêmica poderia ser um caminho de mudança possível para a educação brasileira.

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