Já passara seis meses, e o rei continuava evitando Edria. Ele não a tocava, não a olhava. Ele não falava com ninguém e ficava sozinho a maior parte de seu tempo. Edria não aguentava mais. Ela odiava admitir mas amava o pau de Adam a penetrando firme. Mesmo que ele não fosse seu amor, ela gostava dele.
- Meu rei. - disse Edria, quando Adam entrou nos aposentos.
Ele a cumprimentou com a cabeça e seguiu para uma sala onde estava a bacia de banhos. Edria o seguiu. Viu a contração de seus músculos enquanto se despia. A mulher se aproximou do rei.
- Edria, não. - disse Adam, cansado. Exausto.
- Por favor. - ela sussurrou. Levou a mão até a virilha de Adam. Ele agarrou o pulso dela. Firme. Ela achou que ele iria afastar sua mão, mas o rei pressionou sua palma em sua ereção. - Finja que sou ela.
Adam a olhou rapidamente, surpresa evidente.
- O que está falando, Edria?
- Eu sei que você não me deseja, meu rei. Mas para ser bom para você, finja que sou sua Grop.
Adam suspirou. E então se afastou. Edria se sentiu rejeitada, magoada.
Então foi para o quarto e se olhou no espelho. Era uma mulher bonita, mas sabia que não poderia ser comparada a Fyra. A Grop do rei. Edria se sentia nojenta, nem um herdeiro ela foi capaz de dar ao rei. Era tão patética.
Ela estava cansada de fracassar, queria que o rei a olhasse e a desejasse. Então ela reuniu toda sua coragem e colocou um capuz preto. Abriu as portas e saiu.
O coração de Edria fugiria do peito se ela deixasse. Mas ela tinha que fazer isso. Se não fizesse, o que seria dela? O rei precisava de herdeiros e ela não poderia concebê-los. Ao ver a névoa, Edria tremeu. Ela não entraria, e não precisava. Todo mundo sabia como atrair um Krehn. Os Krhens eram criaturas cinzentas e ossudas, eles tinham olhos da cor de um azul tão claro que chegava a ser cintilante. Os Krhens concediam desejos. Eles davam o que a pessoa queria, mas cobravam algo em troca. Sempre.
Edria apanhou de seu casaco uma adaga, feita de gelo. Os antigos Ahuas criaram as armas, e os de agora eram cópias baratas que não sabiam nem controlar um chafariz sequer.
A lâmina era afiada, e Edria quase nem sentiu quando enfiou a adaga em seu próprio peito. Talvez fosse algum mito e Edria acabara de tirar a própria vida, mas duvidava disso. Tinha certeza. Tinha que ter. O sangue já vertia, mas faltava pouco. A dor era terrível. Edria tirou de seu peito, o coração de seu amado. Sabia as consequências disso, sabia que ele morreria, mas ela precisava. Quando o coração caiu no chão um som muito alto que grotesco cortou os ares. E em poucos minutos, a criatura que Edria julgara ser a mais horripilante estava a sua frente.
O Krhen se ajoelhou e pegou o coração. O cheirou e por fim, o comeu. Edria não conhecera sua alma gêmea, mas ela sentiu sua alma arruinada, sozinha e perdida.
- Olá, garotinha - disse a coisa. Os dentes afiados se destacavam em um sorriso perverso. - quer que eu lhe conceda um desejo? - ele riu.
- Quero. - disse Edria, a voz um fiapo. Tão diferente de sua origem, que a voz obtinha todo seu poder.
- Uma gritadora... - analisou o Krhen. - Interessante.
Edria levantou o queixo, tentando mostrar que não seria intimidada.
- Deixe eu adivinhar, você quer ser a garota mais bonita de todo seu reino de merda? - ele riu. - Quer ser a putinha do rei?
- Você está falando com a rainha de Haendra. - disse Edria com seu ar de superioridade. - E eu quero que me dê filhos. Dois. Lindos e saudáveis, que continuem a tradição da paz.
- Tudo bem, vossa alteza. - debochou. - Mas se quer dois filhos, terá que me dar algo em troca.
- Mas eu já lhe dei meu coração! - irritou-se ela.
- O coração vale para uma coisa, você quer duas. Então terá de me pagar duas vezes.
- Que seja! - ela o olhou nos olhos e se arrependeu. Teria pesadelos com aqueles olhos pelo resto da vida.
- Lhe darei duas filhas. Gêmeas. Lindas e saudáveis, com poderes interessantes. Serviram para o rei. Mas em troca...
- Não quero saber. - disse ela. - Apenas coloque as crianças na minha barriga. Não quero saber o que terei que lhe dar em troca. Quando perder isso, não saberei. E gostaria que fosse assim.
- Se assim deseja. - gargalhou o Khren, e desapareceu na neblina. Edria, desmaiou.
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Ira
FantasyVidas passadas. Dor. Uma maldição. Duas irmãs que são muito mais que meras mortais, são as primeiras de toda raça humana. Mas elas não sabem disso. Possuem poderes incríveis mas que não sabem que existem. Elas tem pouco tempo pra descobrir a ve...