Capítulo cinco

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Adam era um homem consideravelmente, feliz. Suas filhas já tinham cinco anos. Kira e Lira. Gêmeas. Lira seria sua herdeira, pois nasceu antes. As duas eram iguais, cabelos longos e negros, pele palida e a unica mudança era os olhos. Os olhos de Kira era de um caramelo lindo e os de Lira, eram azuis cintilantes, tão frios. No resto, em tudo eram diferentes. Enquanto Kira brincava com as bonecas, ou desenhava, Lira estudava. Era tão pequena, mas estava sempre em um canto, com um livro nas mãos. Era mais pálida e mais baixa, tinha um aspecto de doente, mas ninguém nunca falara isso da futura rainha. As irmãs, representavam a vida e a morte. 

- Olá querida. - disse Adam, quando Kira subiu em seu colo. 

- Gostaria de brincar com as crianças do vilareijo, papai. - ela fez uma cara de cachorrinho pidão. E claro que Adam não conseguiu negar. 

- Vá, mas se cuide. - ela olhou para uma ama. - Vá com ela Elizabeth, cuide-a. 

Kira saiu pulando em direção a saida. Ela adorava brincar com as crianças. 

Em Haendra, cada pessoa que nascia era levada ao seu grupo, para conhecer seus semelhantes, cujo eram pessoas com o mesmo poder. Kira controlava o tempo, algo muito interessante. Ela podia ir e vir, parar ou acelerar. Haviam cinco iguais a Kira. E em cada grupo há um lider, aquele que pode controlar o poder dos seus. Kira estava aprendendo com Klevin - seu lider - como controlar seu poder. 

O rei se levantou e caminhou. Chegou a uma porta larga e alta, ninguém frequentava aquela sala, apenas Lira. Adam bateu na porta. Não ganhou respostas, mas entrou. 

- Lira? - ele a chamou. A sala escura. 

- Estou aqui, papai. - a voz de Lira vinha da algum lugar. A escuridão preenchia toda sala. O rei odiava o escuro. Muito patético ele sabia, mas era verdade. - Venha me procurar. 

Ele riu e começou a caminhar, então ele viu. Cobras, imensas cobras vindo em sua direção, as mais variadas, as mais sanguinarias. O maior medo do rei. Ele quis morrer. Ele correu até a porta, querendo fugir, mas ele não a encontrava. 

Uma risada soou alta. Uma risada de criança. 

- O que foi papai? - perguntou baixinho. - Está assustado? 

O rei trombou e caiu, as cobras subindo nele. As mordidas, o enforcamento, ele não via nada. Ele se sentia esvair. 

- Lira - ele sussurrou. 

E então a luz acendeu e as cobras sumiram. O rei tremeu. Lira estava sentada em uma poltrona, o livro em suas mãos e os olhos grudados no rei. Um sorriso travesso em seus lábios. 

Adam levou a mão até o pescoço, onde uma cobra tentava tirar sua vida poucos minutos atrás, a dor das picadas tinham desaparecido. 

- Lira, o que aconteceu? - ele perguntou. Assustado. 

- Oras, papai. Meus poderes. Estou aprendendo a controlar. - ela sorriu. 

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