intenções

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Clary point of view🍁

Cidade das ninfas 16:30 pm

Era impossível desviar meus olhos da garota dos olhos azuis, a qual eu estava ainda observando em silêncio, enquanto a mesma dizia sobre sua alcatéia, todos os detalhes do lugar onde morava com os demais do grupo,  que foi caçada por alguns humanos na floresta perto da cachoeira, a qual eu estava com minha irmã que sumiu.

— Clay você mora com quem aqui nessa casa? — pergunta ela com a voz suave —  parece que você está preocupada, aconteceu algo? — Lívia pergunta e olho para a mesma que estava um pouco próxima de mim, já que estávamos sentadas uma do lado da outra, como se fossemos amigas desde sempre.

— minha irmã Agnes, meu pai e minha mãe, mas o estranho é que Agnes sumiu na floresta — digo preocupada, ela era a mais nova.

Lívia estava prestes a dizer algo, coloco meu dedo indicador em seus lábios parando a fala da garota. A mesma ficou em silêncio e virou um pouco a cabeça em minha direção, meu rosto queimava e meu coração começou a acelerar quando sinto sua mão quente na minha outra, Ela acariciava minha pele que era fria. Depois que ouço a voz da minha irmã fico um pouco tranquila, já que ela disse que iria atrás da mamãe na outra cachoeira. Suspiro e retiro meu dedo indicador dos lábios rosados da garota que agora tocou em meu rosto com sua mão e ficou olhando em meus Olhos fixamente, fiquei sem fôlego já que estava tão próxima do seu rosto pálido com pequenas sardas.

— Lívia  — disse quase sem voz, já que eu não sabia o que fazer —  vamos dormir um pouco, você deve estar cansada — disse e ela retira sua mão do meu rosto e suspira, percebi as intenções da garota.

— vamos sim, eu durmo no chão não quero que fique estranha a nossa situação —  ela disse dando uma leve risada, mas suas poucas intenções estavam fazendo tudo ficar estranho.

— você ainda está se recuperando, eu fico no colchão do chão não quero você pior do que já está — digo perecendo sua expressão de decepcionada.

— tem certeza Clay? — Lívia perguntava  se deitando, seus cabelos negros estavam novamente espalhados no travesseiro — não seria perigoso sua família ver uma estranha em sua cama?  — comenta Lívia que agora me preocupou um pouco, já que eu nunca havia levado ninguém na minha casa antes.

— tenho certeza sim! Pode ficar —  afirmo — vou dizer que você é uma colega da coleta de nozes, eles não vão estranhar mas em todo caso ninguém entra no meu quarto.

Olhava ela que agora se virava na cama para me olhar puxar o colchão que ficava em baixo da minha cama. O colchão tinha lençóis velhos, mas logo os troquei só faltava um cobertor depois de colocar o colchão ao lado da cama mais alta que Lívia estava deitada. Fico de joelhos em cima do colchão do chão e me esticava para tentar pegar um cobertor de cima da qual Lívia estava. A garota então percebe meu esforço todo e pega o cobertor e me alcança, mas o jeito que ela me entregou me fez olhar bem no fundo dos seus olhos me fazendo arrepiar. Seu olhar estava em meus lábios, me fazendo olhar os dela também, não sabia como reagir aquele momento embaraçoso, não podia me apaixonar logo de cara ainda mais por uma garota.

— Livia, não posso....desculpa — digo e suspiro com medo do que ela poderia dizer, estava rejeitando ela, por que eu havia medo de tentar algo agora —  nossas famílias não iriam concordar, tenho medo de tentar, e me machucar — estava um tanto próxima dela ainda.

— tudo bem....você não tem culpa de nada Clay — ela suspira e larga o cobertor que ainda estava em sua mão — só preciso descansar — ela diz e se vira de costas para mim. tinha feito algo sem pensar, mas não poderia cair nos encantos da mesma ainda.

Me ajeitava no colchão que era confortável puxo a coberta com o lençol e me cubro até o queixo. Fico pensando e olhando o teto do meu quarto, que era branco Lívia havia intenções que eu não podia corresponder ainda, mesmo que eu quisse beija-la, não poderia fazer isso comigo e com ela. Nossas espécies não podiam se misturar de jeito algum, fui a errada em trazer uma loba para meu quarto e cuidar. Fecho os olhos e ouço ela se mexer na cama diversas vezes aquilo incomodava um pouco minha consciência que pesava por não aceitar beija-la. A cada instante ficava ainda mais agoniada com ela querendo dormir e não conseguir.

— Lívia, você está bem? — pergunto e só ouço ela suspirar — eu queria, mas eu tenho medo, se é que me entende....— disse e vejo ela se mexer para ficar me olhando.

— eu estou bem sim, tivd medo também mas isso passou — ela agora me olhava com um olhar fofo, sabia que ela entendia meu lado — espero....eu não tenho medo de ser expulsa da alcatéia, por que me apaixonei por uma raposa — ela disse firme com um pouco de brincadeira.

O que ela fazia comigo era inexplicável, já que a cada olhar e sorriso bonito, que eu recebia era como se eu conhecesse ela a muito tempo, e não em uma floresta a qual quase morri para seu irmão, que odeia raposas vermelhas. Lívia era diferente de todos os lobos que já vi, mesmo que sua sexualidade fosse diferente, ela era fofa e meiga. Deixando tudo um tanto mais belo.

A vontade de tocar na pele macia da mesma me dominava a cada instante, e quando ela deixa um sorriso nos lábios rosados e se vira novamente de costas meu Coração perdeu uma batida. Eu não acreditava no que eu sentia por ela, mas se eu mesma estava me apaixonando era algo grave que eu poderia concertar.

A noite caiu e com ela trouxe a lua cheia, a qual eu amava olhar e ouvir os uivos dos lobos. Lívia estava em seu décimo nono sono, que nem viu minha aproximação ao seu lado. Ela dizia enquanto dormia e eu fui acalma-la.

Me deito ao lado da garota e fico fazendo um breve carinho em sua cabeça, passando minhas mãos em seus fios negros e sentindo o leve deles. Ouço ela resmungar um "você deveria estar dormindo". Até ela se virar e me olhar, apesar do quarto estar apenas com a claridade da lua, vejo o rosto sonolento dela. Seu corpo ficou de frente para o meu, e sinto uma das suas mãos em minha cintura, puxando-me para mais próxima. Estava em silêncio quando sinto seus lábios em minha bochecha, meu corpo todo entrou em alerta e arrepiou ao extremo pelo toque repentino.

— durma aqui, não consigo pegar no sono....por favor Clay — diz Lívia com voz de sono, estava desmanchada com o seu beijo na minha bochecha.

— tudo bem — quando digo, sou novamente puxada para mais perto, a mesma procurava por contato, mas minha timidez me fazia ficar e não ficar junto ao corpo quente da garota sonolenta.

Continua.....

¶: mais uma vez fiquei admirando seus traços.... E perdi o fôlego novamente....

Um Amor TraiçoeiroOnde histórias criam vida. Descubra agora