Vinho, Torta e Um Sorrateiro Beijo

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Era algo misto, uma onda incrível de calor, e ao mesmo tempo doce como um morango bem maduro ou um chocolate bem preparado na cozinha, ao mesmo tempo era frio como o vinho mediterrâneo qual posto sobre a taça, e salgado como o talento em tortas dele, e me deliciei, quando deveria estar completamente distante dos problemas.


Briana nunca havia posto a mesa, pois sempre houvera uma gama de pessoas contratadas apenas para isso. Mas, se recordara das duas vezes em que se servira um vinho por conta própria, e que havia sido de fato habilidosa no feito. As têmporas do rosto de John, estavam mais escuras por conta das sombras das prateleiras em volta deles, e imaginava com muita criatividade a forma que poderia descrever aquela cena em um livro, ou um personagem assim já descrito, ou certamente, em como sua irmã, poderia retratá-lo em uma de suas pinturas. Mas, o que ela mais prestava atenção era a forma, qual ele a olhava, e como o efeito de um simples olhar resultava em um aceleramento cardíaco.

Ela mordeu o interior de seus lábios pensando no que dizer, e como dizer, enquanto terminava de colocar a mesa com a ajuda de John. O cheiro que realmente lhe agradava, chamou a atenção de seu estômago que reclamava de estar vazio a tanto tempo. Ela sorriu envergonhada, e pôs a se servir com o auxílio de John.

Poderia muito bem, gastar boa parte de seu tempo, presa em sua falsa obsessão pela vasilha de chocolate, ou pelos morangos recém-colhidos, postos no armazém. Mas, também ficava tentada a permitir-se sentir a intensidade com que ele a olhava, que a deixava certamente incomodada, mas, que também era prazeroso o bastante para ela desejar mais e mais.

Céus! Desejá-lo mais? Sério, Briana? Era como se deixasse o obsoleto costume social, arraigados em diversas família, que foste concebida em sua educação, passasse de um mero e quase distante momento, para uma moça rebelde do povo. O que não seria ruim, porque eles sempre tinham uma causa justificável para rebelarem-se, mas, ela, obviamente que não. Olhar para um homem daquela maneira enquanto desfrutava do vinho sobre a mesa, pedindo que ele ainda estivesse ali para continuar exatamente como estava em sua memória.

Chocolate melhoraria tudo, ainda mais com fruta, seria a chave perfeita para escapar de tudo.

- O que está achando do jantar?- perguntou ele, enquanto desfrutava de sua taça de vinho. Fazendo-a parar no meio do ato entre mergulhar a fruta sobre o chocolate, para lhe dar atenção.

- Muito bom, a propósito, você é um ótimo cozinheiro- respondeu ela rapidamente, com toda sua sinceridade, mergulhando, por fim seu morango sobre o chocolate.

- Gosta de doces?- perguntou ele receoso a observando apreciar o morango com chocolate.

- Ah, meu Deus, isso é chocolate amargo?- perguntou ela, animada com seus olhos esverdeados o encarando.

- Meio amargo- respondeu ele.

- Isso...isso, meio amargo, excelente John, perfeito- disse ela terminando de consumir o morango.

- Então estou perdoado?-perguntou ele esporadicamente- Quero dizer, pode me perdoar então? É porque eu realmente preciso contar com sua ajuda e... desculpa eu estragar tudo é só que eu nunca mostro algo íntimo meu para outras pessoas, além da família.

- Bom...- ponderou Briana, pensativa nas palavras certas que usaria para responder a ele- eu não gosto de ser comprada por doces, digo isso o tempo todo para minhas irmãs caçulas, que sempre roubam pedaços do meu tempo para elas, com essa tortura, mas desta vez, posso ver que se está sendo feita por uma causa nobre- respondia ela calmamente, calculando cada palavra- no entanto, não posso deixar de mencionar que o que acabou de me pedir é algo gravemente sério... não se trata da segurança só de quatro pessoas, tem em haver com uma quebra de lei, sob autoridade maior, tem a ver com mentir para minha família e... não sei se posso aceitar sua promessa John.

Série A Terra Nórdica- A EscolhidaOnde histórias criam vida. Descubra agora