Passado e Presente

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  A cada pensamento meu, uma culpa a mais me corrói. Eu sei que em partes estou perdoada, a dias estamos nos comunicando. Mas, a dúvida me cerca e me faz refletir em quem estou me tornando, em que minhas ações estão resultando, e se no fundo tudo não passara de um grande egoísmo. Todavia, deixar de lado quem eu sou, o que quero fazer, se tornara tão impossível, que cada dia mais que imagino quão forte posso estar me tornando, mais sensível e fraca me sinto. O que está me ocorrendo?



5 dias depois...


Seu corpo encolhera e se estremecera quando vira e ouvira o impacto das mãos de John sobre o painel de controle. Ele estava frustrado, estressado e irritado, com todas as razões do mundo. Assim como ela, que se sentia amedrontada e apreensiva, com toda a situação que sucedia em todo o reino do sul, e toda a pressão gerada entre o Norte e o Sul novamente, por uma notícia que surgira.

Agarra o livro que enrolara para continuar a leitura depois do primeiro capítulo e suspirara, levantando-se e aproximando-se dele.

- Eu... eu não acredito que ele ao menos me esperou autorizar ou dar alguma certeza a ele- falara enquanto ouvia os passos dela se aproximando dele- acabei de receber uma mensagem de Paul- contou ele, a encarando- ele chegou ontem a noite na ilha de paz para buscar sua irmã, e a está atura, devem estar próximos de chegarem ao continente- ele fechou os olhos e comprimiu os lábios- como posso controlar a situação, se não sou capaz de controlar nem mesmo, meus amigos?- ele perguntou frustrado e ela o abraçou em um ato de impulso.

- Apenas se acalme, isso pode ser ajeitado, fique tranquilo- deixou o livro sobre o balcão e encarou seus olhos- temos a ajuda de seus pais e seus amigos. Astra viria com ou sem o Paul, ela não é uma pessoa que costuma descumprir promessas, e como ela havia prometido ao rei, ela estaria aqui para o jantar de noivado. Só veio um pouco mais cedo do que o previsto.

- Desculpe por falar dessa maneira, sei que não está nada fácil para nenhum de vocês- desculpou-se ao sentir culpa, por despejar suas preocupações sobre ela, quando na verdade era Briana quem deveria estar nervosa com toda a situação- acha que a carta que ela enviou pode ser uma suposição verdadeira?- perguntou, voltando aos seus deveres.

- Eu ainda não sei se posso opinar, mas, pelo que sua mãe me contara, as suspeitas que todos tem, e a angústia da minha irmã, pode ser uma verdade, da qual vai afetar a todos- ela suspirou- ainda assim, somos irmãs de sangue e nada mudará se a verdade for outra.

- O que me incomoda é a fúria de Dylan- comentou ele- apesar de que já esperávamos, ainda assim, soou muito ameaçador, sendo que situações piores ocorreram- Briana concordou com suas palavras, e abaixou a cabeça pensativa.

- Podemos nos colocar em seu lugar, também- sugeriu ela- imagine se fosse qualquer um de nós dois. Pense só, somos rei ou rainha, temos uma lei rígida, o costume local é de que a lei deva ser seguida em total atividade, e de repente se ocorre de nosso maior inimigo infligir, ou de forma mais direta ignorar sua própria palavra, que aliás está registrada. E mesmo, esse inimigo, sendo sua progenitura e não si próprio, ainda assim, se torna um afronte, deixa a sua figura autoritária desmoralizada, em jogo, por uma conduta que vendo por um de nós dois, como errônea e imprudente- ela arqueou as sobrancelhas e comprimiu os lábios- mas, o que não é costume dos reis e das rainhas é questionar o real motivo do outro ter feito algo.

- Briana...- ele a encarou com um sorriso largo- você como rainha, seria excelente.

- Eu...- ela negou em um balanceio de cabeça- não sirvo para isso.

Série A Terra Nórdica- A EscolhidaOnde histórias criam vida. Descubra agora