Série A Terra Nórdica- A Escolhida

Mingau de Morango

"Sonhos, são concretizados acima de suor e sangue, perdemos em busca deles a inocência, mas ganhamos honra, em troca da vida, tornamo-nos escravos, e em troca do amor, rompemos nossos relacionamentos".

Todo ser humano tem seus anseios e desejos sejam eles quais forem, Briana Goldemberg também tinha os seus. Entre fantasias, mistérios, suspenses, ação e romance, ela só não acreditava em uma coisa, ficção. Mas em um dia como aquele tudo era permitido, até mesmo acreditar em ficções, baseando-se em fantasias. Astra, havia tirado o sossego para suar em troca de uma aventura ficcionista na antiga Ásia que no fim da noite se transformaria em pura luxúria e terminaria até o fim do festival entre azul-claro como o céu e dourado da moeda que só crescia. Em troca de sua ansiedade tremenda, ela despertou-se junto do sol, pediu que Zuri fosse até seu quarto e ajudasse a preparar seu banho, enquanto aguardava seu desjejum.

Sempre com um incrível sorriso no rosto, ela cantarolava alguma melodia de um lado para outro do quarto enquanto vestia suas roupas com a ajuda de uma de suas damas de companhia. Os pássaros que acordavam após um longo inverno, refletia o desejo incrível dela de voar ao menos alguns segundos, que seriam quase minutos ao lado deles, mas, a realidade era o agora. E para o agora haviam rendas, cetim, dourado, rosa, jóias e uma coroa adornada de folhas em ouro branco como os gregos antigos. Nada de muita maquiagem pela manhã, aquilo a envelhecia e a deixava irritada com sua aparência, por isso quanto menor a quantidade de maquiagem mais real ela seria.

O desjejum chegou assim que o vestido foi posto, o que era uma preocupação para as damas de companhias que escolhera a dedo com a ajuda da princesa o próprio vestido, e um alívio para Briana que acordara devastada de fome, como se dois pratos de sopa e um lagarto gosmento em sua saia já não fossem o suficiente. O sabor do morango misturado ao leite a deixava extasiada e excitadamente contente pelo prazer em comer algo tão bom pela manhã. O sorriso de satisfação evidenciava mediante suas expressões quase pronta sentada em uma pequena mesa com um banco, de madeira pintado de branco, que decorava seu quarto, dentre tantos outros objetos.

Mas o dever a chamava, centenas de pessoas adentrariam o portão assim que fosse de desejo de seu pai e sem sombras de dúvidas, a atenção deste ano, sua irmã mais velha, só compareceria três horas após seu longo e necessário sono, o que gerava um atraso compreensível dos convidados. Uma última olhada no espelho e quase meio litro de perfume foi jogado sobre ela, desnecessariamente. Espertas!

Ainda cantarolando, cruzou o corredor e ignorou pela milionésima vez Dina montar suas velhas calças de montarias para espairecer ao lado de Ruffles, por algum canto frio da floresta. Um aceno foi dado, e caminhos opostos foram seguidos. Diante o salão de entrada sua mãe ainda sentada sobre o sofá vermelho relia alguns relatórios, e seu olhar preocupante a deixava apreensiva.

Mais péssimas notícias? Não tanto, mas uma notícia um tanto perturbadora, dois impérios com duas maravilhosas notícias, de um lado o sul e seu primogênito misterioso, libertino, recém-debutado e do outro, sua sobrecarregada irmã, que nem sonhara em se casar sendo leiloada como uma vaca gorda e valiosa.

O jogo era simples, mediante a monarquia e a nobreza em geral, um jovem de vinte um anos debutava, ou seja; era considerado maior de idade, ou consciente para se comprometer em um matrimônio. Por outro lado, famílias cresciam em poder, crimes eram cometidos e corações eram partidos. E a inocência desses jovens? Bem, já se deve imaginar. Morria a cada péssimo contrato assinado, ou qualquer outra proposta em troca de paz a base de extorsão ou por livre e espontânea vontade. Briana por sua vez, não guardava esperanças, sabia por conta própria que Romeu, Artur, Darcy, Benedict e nenhum outro príncipe encantado existiria, então se concentrava em um contrato pacífico, uma união onde ambos poderiam ao menos serem meros amigos.