Como Mágica

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Como mágica foi dar um passo a mais, sem temer nada, porque fora uma torre forte, um porto seguro, e eu me senti livre como um pássaro, quando sua mão me guiou. A brisa passando por todos, e trazendo um cheiro doce, agradável, e prazeroso para a nossa companhia.



Se sentia livre, completamente, segura a sua companhia, e não estava preocupada com o que poderia acontecer, o que era ainda mais estranho, já que era a mais cautelosa da família. Uma dança, apenas uma dança, era o que ela via. Para todos o óbvio poderia então ser evidenciado. Briana tinha diversos pretendes, isto era fato, muitos dos quais enchiam seu ego, para declarar o improvável que era tê-la como esposa. Na maior parte do seu tempo, os rapazes, poucos deles cavalheiros, desejavam apenas subir o patamar, estar no topo da sociedade, como um príncipe, ou um provável grão-duque. Apesar de ser uma jovem muito atenciosa e paciente, passava boa parte do seu tempo tendo de negar boatos infundados, e a verdade era que ser uma Goldemberg, só facilitava para que o trabalho redobrasse, ao cair na boca da sociedade.

As mulheres do norte, já não eram dadas em casamento a quase cem anos, desde que a lei de obrigatoriedade da escolha patriarcal fora abolida. As escolhas de parceiros, então, tornara-se interessante. Apesar de todo o burburinho oculto de seu passado, Miranda, era realmente a joia de sua temporada, na verdade, nem mesmo temporada tivera, a final se casara aos dezoito anos. E toda sua semelhança com sua filha, tornava através das histórias a existência da segunda, como que um atrativo para os jovens ambiciosos e libertinos.

Mas, Briana, não era uma menininha indefesa. Sua aparência angelical ajudava a disfarçar boa parte de toda sua bravura e força, mas, o fato de ser, mais do que poderiam esperar a tornava uma caixa de surpresas.

E ela de fato era uma, ali, entre uma das centenas de valsas do dia, juntando a atenção das pessoas sobre ela e seu parceiro, que ofuscara até mesmo a joia da temporada, que seria a futura rainha de um dos reinos mais poderosos do mundo. Indubitavelmente, ela estaria menos receosa, se o peso de seu sobrenome não fosse tão grande, mas, ainda assim, ali com ele, tudo se tornava mais suave e fácil de se aceitar.

Era acostumada desde pequena a lidar com os olhares curiosos e maldosos que vinham de outros ao seu redor, era comum, afinal as pessoas não eram boas como os livros ilustravam ser. Muito do contrário da ficção a realidade, era obscura e amedrontadora, para os iniciantes. No entanto, uma princesa sabe como se portar, e para ela não era diferente. Com centenas de aulas de etiqueta, auto defesa e outras, a tornará preparada para qualquer desafio, apesar de suas circunstâncias.

E entre um rodopio e outro, a única coisa que lhe prendia a atenção eram os olhos esverdeados, com toques sutis de azul e castanho, que fixavam em sua pessoa, como se nada mais fosse importante. Uma conexão, um contexto infinito, que nem mesmo ela era capaz de explicar.

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Um sorriso bobo dominava a face de John, que a pesar, de seus vinte e dois anos e sua pele bronzeada, anulassem boa parte de sua fraqueza daquele instante, seus olhos ainda assim fixavam em um tom de loiro, em fios longos, muito mais claros do que o seu, que invadia uma onda mista e diferente que dominava seu peito, minuto após minuto, e que sinceramente não o assustava tanto quanto imaginara se assustar quando finalmente ocorresse.

Para ele, apesar de ser um homem moderno, um pouco reservado, e mediamente fechado, não era difícil admitir o que sentia. Mas, para ela, a mulher que caíra exatamente como um anjo em sua vida, parecia tudo muito mais indefinido, pelo menos era o que ela deixava transparecer, ao se esquivar ou exitar em dizer, agir ou sentir.

Série A Terra Nórdica- A EscolhidaOnde histórias criam vida. Descubra agora