Correndo do Inimigo

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Já foi o meu mundo muito mais calmo e muito mais fácil. Mas digno de uma aventura, é a vida que te vira de cabeça para baixo, e enche de surpresas o seu caminho.



John aparentava estar muito mais calmo, e menos apreensivo, apesar de naquele momento estar, planejando ao lado de Artur e seus amigos, uma fuga para as irmãs, Goldemberg's. A verdade sobre seu pai estar por trás de toda aquela mentira, o afligia muito, ainda mais, com o fato, de que Dylan estava muito estranho com toda aquela situação. Mas, essa preocupação era bem menor em comparação com as irmãs.

Já estava prestes a amanhecer, o clima estava tenso, uma instabilidade de opiniões e humores, sobre o ar, deixava tudo mais insuportável. Mas, a decisão sobre mandá-las embora estava tomada. A notícia que recebera, fizera John tomar a decisão final. E com a certeza de que elas seriam resgatadas, fez o máximo para convencer Briana.

Em contraposto, a mente de Briana estava a mil por hora, dezenas de informações, o mal estar de sua irmã. E a conversa com Artur deixara tudo muito confuso. A pulseira que ganhara de John mais cedo, apitava, e não havia muito tempo que havia retornado para a caverna com John, Frederick e Paul. Estava sozinha em seu quarto, exausta, com uma tremenda dor de cabeça, por passar horas chorando, e ainda sentia muita fome. De acordo com a conversa que tiveram depois que deixara Artur cuidando de Astra, John, deixara claro a ela, o que deveria fazer, e mesmo que não fosse tão preciso de uma maneira de convencimento, cedeu a ele a palavra, para não desmerecer todo seu esforço tomado sobre a questão. Grunhiu irritada com o barulho emitido da pulseira, e apertou uma única bolinha, semelhante a uma pérola, que ficava no centro da pulseira, abrindo uma tela azul que acostumava ver sempre saltar sobre o relógio de John.

Oras, era peculiar, a organização daquele objeto, e de toda a inteligência superficial utilizada. Mas, a questão de toda aquela agitação da parte daquela pulseira, era que uma mensagem fora enviada, e de alguma maneira, vinha de Clear. Seria possível que John este tempo todo tinha contato com o reino do Norte ou havia mais envolvido para a entrega daquela mensagem?

Uma carta, não muito extensa, mas, suficiente para sanar suas dúvidas estava contida naquelas mensagens. Parecia de alguma maneira que ela lia seus pensamentos, quando exatamente as respostas de suas dúvidas, e como já imaginava, era óbvio que Astra não fosse uma D'loi, pois sua semelhança com os Romanov's era inegável, e nada mais devia ser declarado.

Suspirou aliviada, e decidiu ao menos tentar descansar, depois de toda aquela agitação que até mesmo arrepiavam os cabelos, nada mais do que deixar-se relaxar por poucas horas.

Era tarde da noite quando Anne e John a dera a mesma capa da noite anterior a ela. Assim como uma bolsa com água, comida e facas, ela entendia muito bem o que significava. Por isso, optara por algo que a ajudasse a cavalgar. Além disso, a caminhada parecia ser longa, já que não conhecia nada do reino em que estava. Passara o dia todo aprendendo a usar a pulseira e pesquisando informações úteis nos aparelhos disponíveis a ela, por John, o que facilitara a ela a entender uma pessoa em questão que estava a incomodando, como uma pulga atrás da orelha. Fora um caminho difícil e tenso até o palácio, tirar Astra de lá, com tantos guardas, fora um caminhão de pedras sobre o caminho deles, mas, por fim, conseguiram. Sabia que retirar elas, sem serem vistas pelos guardas era um trabalho mais do que árduo, por isso, concluíra que havia muitos esforços a serem agradecidos assim que retornassem sãs e salvas, para casa.

Na lista de seus pensamentos, estavam Artur e Kaya, também, Paul, Frederick, John, Anne e Charles. Mas, no fundo sabia que havia alguns a mais envolvidos em tudo aquilo. Olhou para o chão da floresta, que só tinha a iluminação da lua, seu coração acelerado fazia com que sua respiração pesasse, e o frio que cortava naquela noite, adentrasse em seus pulmões. Seus pensamentos aos poucos ficavam inertes, e ao passo que a caminhada aumentava sobre os cavalos, e o silêncio daquela noite fria, ao lado de sua irmã. Ela via o reflexo de um dia mal dormido, abater seu corpo cada vez mais rápido, até tudo ficar escuro de uma vez. Naquele meio tempo cavalgando entre a floresta, de alguma forma, sobre segurança, ela acordara de um de seus cochilos, e sentira uma voz em um de seus ouvidos, não era a de Astra pois a mesma estava dormindo sob o cavalo, então recordou do ponto em seu ouvido, e passou a entender que se tratava de John. Já estavam sobre luz da lua, e um clima bastante comum para elas, a mais de duas horas, ambas, sobre total proteção das capas. Seus batimentos vacilavam a cada vez que dirigia os olhos para a escuridão da noite sobre a floresta. Assim, como cada estalo de galho caindo, fazia seu corpo tremer de medo, o voo de uma coruja sob elas, fora o suficiente para compreender, que tudo o que ouvia era nada menos que o canto da noite. Ao alto das árvores ainda amareladas, por conta da estação, morcegos voavam em meio a escuridão. As corujas e as outras aves noturnas cantavam, e aos poucos se lembrava que o medo que sentia era estúpido demais, para se tratar de animais. Recordou-se das horas vagas e tediosas sobre a caverna, em que lera um livro incrível, e em que estudara os mapas da sua forma, e tentara absorver o máximo que pudera do clima local. A maior parte do tempo, Pollis e os arredores, era muito seco e quente, mas, quando o outono chegava, vinham com ele as fortes chuvas, que alagavam muitos locais. As florestas tropicais ao redor, era a prova de que o clima mais temperado, era prazeroso no verão, ao contrário do verão no Norte, que ainda assim, vinha acompanhado de um frescor do inverno. Se o mapa em sua pulseira estivesse certo, elas estavam ao norte de Pollis, na verdade quase na fronteira com um dos reinos menores e a floresta e as pequenas montanhas, não apresentariam riscos de animais selvagens as atacarem, já que não deveria haver montanhas para que eles habitassem por ali. Também, logo, não se sabia quando, veria os campos extensos, regiões onde só haviam gramas e algumas flores e ervas daninha nasciam, local propício a criação de animais, mas, de acordo como mapa, não havia registro de propriedades ao redor. Após o seu quinto cochilo, recobrou-se de onde estava, e notou um estalo sobre o céu, murmurou algo, e notou que o ponto em seu ouvido estava falho, uma chuva começava a cair, e ainda estavam saindo da floresta para adentrar os campos. As poucas conversas que tivera com sua irmã, fora o suficiente para compreender, que estava desconfortável para ambas. Mas, com a chuva, sabia que seri inútil demais para ajudar dali em diante, já que todo banho de chuva resultava em uma gripe nada amigável. Bufou irritada, com os olhos cansados, ainda assim aberto, e apertaram o trote dos cavalos, para que aumentassem a velocidade em que estavam. Sentiu o mudo ficar bem embaçado, por sua visão, quando a chuva começara a engrossar, encharcando sua capa, que pesava cada vez mais, em seguida, sua roupa e suas botas. Já estava começando a se aborrecer com a sua visão afetada, já que até mesmo os cavalos resmungavam por conta dos trovões e do frio que estava nas gotas d'água. Ao menos uma hora depois, se avistava uma luz em meio ao borrado, e quanto mais nos aproximávamos, mas, certeza ganhavam de ser um lugar para as abrigar.

Série A Terra Nórdica- A EscolhidaOnde histórias criam vida. Descubra agora