Por Você e Por Mim

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Eu senti novamente, aquela emoção, como a aquarela quando entra em contato com o papel e tingi um mundo diverso de cores, fora assim, uma felicidade espontânea e até mesmo um gigantesco alívio, pois se dependesse outros não haveria nós, mas, dependendo de mim, é como se meu interior disse que o que estou prestes a fazer é por você e por mim.




Estava fitando o teto pela centésima vez, não dormira nada nas últimas noites, e a culpa não era das mensagens dos amigos, nem da viagem arriscada que estava fazendo, mas, sim daquele par de olhos verdes cintilantes, que lhe tirava o fôlego e produzia uma sensação de frio em seu interior, não saberia dizer ao certo quando se podia obter a certeza do que era o amor, mas sabia, que para todo auto-controle ainda não ter falhado, era porque amava aquele sorriso sincero, as palavras suaves, a postura de uma jovem sábia, mas a fragilidade de uma menina que crescia. O que parecia tolice ele mesmo imaginar, que ainda tão jovem não tivesse um terço das dúvidas que a afligia, seria alguma anormalidade? Talvez sim, talvez não. Só o tempo poderia dizer.

Sentou na cama, encarando agora o chão, todo coberto por um carpete bege, cheio de figuras coloridas artesanais. Estaria ele realmente mais do que apaixonado por ela? Afinal, sabia que as coisas nasciam com o tempo, a maioria dos casais que eram felizes, levaram tempos para chegar até onde estavam. Mas, seus pais e os de Briana, eram a rara, exceção. Será que a 'sorte' atingira os dois também?

Caminhando lentamente, observou pela fresta que abrira da cortina, pela janela, o sol nascer. Maldição, não havia dormido nada, e sua aparência estaria péssima. Talvez, pudesse repensar em dormir mais um pouco, seria preciso, mas, não adiantava se enganar, sua mente não queria descanso, queria resultado. Quando se deu conta de que nada mais poderia mudar o que estava passando em si, admitiu que teria que vir dela a última palavra, e convenha a todos, a espera pode se tornar longa, cansativa e muito torturante. Já estava mais do que na hora de ir para casa, mas, teimava contra si próprio, crendo que logo receberia sua resposta.

Também admitia a si próprio, que em sua primeira vez naquele palácio, não apreciara nada além da comida e do champanhe, porque do resto se restringiu por bom senso. Além disso, a hospedagem anterior fora um hotel, nada de diferente exceto o fato de que ele e os amigos dividiam uma suíte. Deram sorte, pois a maioria dos quartos já estavam reservados com antecedência, além disso, no dia anterior do início do festival ele, aproveitara os últimos momentos de "paz", observando de uma cafeteria, o desandar da população do norte, com muito apreço a sua companhia e a vista agradável. Agora, ele via muitas coisas, notava que além dos cantos escuros e escritórios que encontrava aberto, durante aqueles dias, ele admitia que perdera muita coisa. O palácio do Norte, era agradável, moderno, e tinha um encanto único. Talvez fosse detalhes providenciados pela rainha, mas, que o deixara encantado. O território em si só era intrigante e ofuscante, porque a natureza era tão bela, quanto uma nave espacial, só não mais do que todo o universo.

Suspirou derrotado, enquanto trocava de roupa após um banho agradável, mas, insuficiente para afastar o sono. Sabia que naquele horário alguém deveria estar de pé. Em toda a sua vida, fora educado a aguardar os donos da casa, como respeito e ética moral, perante os protocolos da nobreza, sobretudo sempre guiado de seu bom senso, John adaptou-se as situações, moldando-se em paciência.

Tempestuosamente andava sua mente, tirando-lhe o sono, agarrando a tensão, ao nervosismo, entreligados entre a esperança e o desespero. Aguardar era tentador, era um teste de nível máximo, da capacidade de querer algo, de tentar por alguém. Olhava para si mesmo e o via ali, sentado de frente ao espelho, em uma cadeira que em seu agora, nem existia, apenas para aguardá-la a se decidir, porque ele se sentia confortável em estar naquela situação por ela, apesar de que isso implique seriamente um atraso de milhões de vidas. O som do amanhecer era acalentador, de adentrar os poros da pele, de acessar as ondas cerebrais e estimular o terno e tentador prazer, era fechar os olhos, e enxergar o vinho raios ou ondas de calor que simboliza-se a luz do amanhecer mas, ao mesmo tempo ver o escuro, o negro, do que era a paz. O friozinho do resquício da madrugada do norte, causava pequenos e rápidos arrepios, enquanto se sentia o famoso calor do sol, emanar entre cada elemento da terra, naquele determinado horário.

Série A Terra Nórdica- A EscolhidaOnde histórias criam vida. Descubra agora