Entre o Medo e a Coragem

10 4 24
                                    





 Estava farto de colocá-la em risco, mais ainda, de estar, expondo demais o que se tornará precioso a um homem que deveria ser maduro e muito mais sensato. Passou a mão sobre os cabelos, e notou o olhar preocupado de Frederick, que por algum motivo parecia muito menos bêbado do que era costume.

- Onde está Dylan?- perguntou ele, respirando um pouco mais tenso e irritado do que de costume.

- Estava com um dos conselheiros- respondeu ele- e Briana?

- Deixei ela com a minha mãe- suspirou cansado- ele vai fazer os próximos dias da minha vida, um inferno- confessou ele.

- O que quer dizer com isso? O plano está indo por água a baixo?- perguntou concentrado na figura que se aproximava.

- Também, mas, o fato de ele querer acreditar que depois de mais de vinte anos, a mulher por quem ele era apaixonado, fosse chegar ao estado atual, com a fisionomia de Briana.

- São parecidas, não idênticas- admitiu ele- mas, é muito fácil dizer quem é a mãe e quem é a filha- disse Frederick, o que já se era óbvio- será que Dylan está mesmo louco?

- Ainda lhe restam dúvidas?- perguntou ele, confuso. Distraindo-se do assunto em questão para a fisionomia de Briana, que parecia ainda assustada com os minutos anteriores.

- Bom, Paul apareceu, acho que é minha deixa- disse ele, lembrando-o do plano que tinham para aquela noite.

- Deixem os pontos ligados a partir de agora- pediu ele.

Em seguida dando as costas para o amigo, aproximou-se de Briana, e fora exatamente quando vira Astra desaparecer na companhia de Dylan e um dos conselheiros. Aquilo era muito estranho, e algo lhe dizia que teria de enfrentar umas das maiores provas de sua vida, até mesmo lidar com o próprio fracasso se necessário. Segurou levemente o cotovelo de Briana, e esperou que ela encarasse para lançar-lhe um sorriso cúmplice, de quem a entendia e estava ali para ser seu apoio. Por fim, encarou a mãe que parecia enfrentar uma séria disputado com Verna, uma rainha muito astuta, e séria. Encarou o olhar de sua mãe, que logo vira a senhora que a acompanhava tomar um caminho distinto ao seu, e que escancarava o fracasso e a frustração em seus olhos.

- Eu quero todos vocês preparados, a partir de agora- disse Charles, seu pai, ao surgir subitamente ao lado deles.

- O que está acontecendo?- perguntou Anne, séria demais para o esperado.

- Não sei ao certo, mas, coisa boa não é- confessou ele- Anne chamou o chefe do conselho para conversar, que por sua vez, está com Dylan e Astra, neste exato momento no primeiro andar, nas escadas, na entrada superior do salão- ele passou a mão no cabelo, assim como o filho tinha como costume de fazer ao se sentir nervoso- ela está tramando algo e...

- Desculpa pai, é algo que eu preciso fazer- disse ele, que naquele exato momento desconectara os sinais de transmissão entre as torres de controle de segurança, para evitar que ajudassem ou até mesmo fizessem reconhecimento aéreo, e mandassem reforços ao palácio- não é só o plano de vocês dois que está em jogo- informou ele, e o pai fechou a tela que surgira em seu relógio, assim que ele desativara, como que em forma de aviso.

- O correto seria um plano só- explicou Charles, entre os dentes.

- Mas, acontecesse que o senhor não estava em contato com a princesa do Norte, em seus dias de estadia na ilha de paz, nem sobre o que ocorria no conselho, diante de tudo que me informara, e toda a confusão que rolava por aqui, deixei que tanto o nosso plano, quanto a dos meninos fossem a diante- explicou ele, e todos se viraram, para a entrada da escada onde uma movimentação parecia ocorrer. E assim, que a figura de Dylan surgira arrastando a princesa, deixou Charles e John alerta, que se aproximaram o quanto puderam da escadaria, para compreenderem melhor o que estava acontecendo.

Série A Terra Nórdica- A EscolhidaOnde histórias criam vida. Descubra agora