Capítulo 14 - Morte

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- Eu sei, mas só o que nos resta é esperar.

- Mas e a Fernanda? Ela não pode ficar assim, temos que fazer algo, ou então ela vai morrer

- Eu sei disso, onde ela está?

- Eu a coloquei no sofá da sala.

- Tudo bem eu vou dar uma olhada nela.

Chegando na sala, eu pude perceber o quanto ela está mal, pois havia perdido muito sangue com o tiro que levou, eu me aproximei dela tentando transparecer que ela ficaria bem, mas ela mesma já sabia que não tinha mais jeito, e que esse era seu fim, então ela falou comigo, sua voz já estava fraca, seu corpo pálido, estava ficando cada vez mais branco, parecia que só lhe restava poucas gotas de sangue no corpo.

- Eric? Não precisa disfarçar, eu sei que não tem mais jeito para mim.

- Não, não diga isso Fernanda, eu posso dá um jeito!

- Não! Você não pode!

E em um tom irônico ela olhou para mim e disse.

– A menos que você tenha uma maca de transfusão no seu bolso e o helicóptero, o que eu acho pouco provável, você não poderá fazer nada por mim.

Então os outros, que já estavam ouvindo detrás da parede se aproximam dela, Fernanda então olha para eles e com o rosto pálido e com sua voz ainda mais fraca fala bem baixinho:

- Gente, obrigado por tudo, Tony, Luke, Felipe e Eric, boa sorte para vocês.

Ao terminar sua frase, ela fechou seus olhos lentamente, e não os abriu mais, e todos choram pela morte de Fernanda, até mesmo eu, acabei deixando uma pequena lágrima cair de seus olhos, mas logo eu a sequei, para que os outros não me visse chora, pois eu vinha me mantendo durão até esse momento, para não demonstrar fraqueza aos outros, para que pensassem que eu era capaz de tirar eles daqui, como um bom líder, eu deveria ser forte, não demostrar meus sentimentos, foi o único jeito que achei, mas até mesmo quando Luke teve que matar seu pai, eu chorei por dentro, mas pensei comigo mesmo:

- Tenho que ser forte, por mim, e por eles.

Quando pensei nisso disse aquela frase.

- Atire Luke, ele não é mais seu pai.

Eles choraram por Fernanda, até que Luke, foi até o andar de cima, dessa casa onde estávamos e voltou com uns lençóis, para que eles pudessem enrolar o corpo de Fernanda, mais enquanto os outros se preocupavam com isso, eu já estava agoniado, por saber que o tempo não estava do nosso lado, comecei a andar pela casa, procurando qualquer coisa que pudessem usar como arma, pois nossas armas estavam quase que sem balas, eu fui para cozinha da casa, vasculha os armários e nada, eu xinguei, mas logo se recompus, coloquei a cabeça no lugar e pensei: - O que meu pai faria? - Eu peguei minha arma, vi nela cravada minhas inicias e de meu pai, EP. Com isso eu comecei a ganhar força, ergue a cabeça e voltei para sala, lá meus amigos já haviam terminado de enrolar Fernanda.

- O que é isso que vocês estão fazendo?

- Ué, nós vamos enterrar ela.

- Não há tempo para isso, não adianta enterrar ela em uma cova rasa, deixe que a explosão irá cuidar do corpo dela, não podemos perder tempo.

- É Tony, ele tem razão, sei que ela é nossa amiga, mas ela já saiu daqui, agora só falta a gente, sei que ela iria querer que sobrevivemos.

Com esse pensamento em mente todos nós entramos em um consenso, sendo assim olhamos pela janela e vimos que os mortos diminuíram lá fora, pois antes deveria ter uns duzentos, e agora parecia haver menos de cem, essa era a hora perfeita eu pensei.

- Essa é a hora pessoal, vamos, mais tentem não usar as armas, para poupar as balas e para não atrair mais deles.

- Tudo bem então, eu vou adorar isso. – Disse Tony empunhando seu facão.

- Tony você vai na frente abre o caminho.

- Está legal.

Ao saímos da casa, os mortos que ali estavam logo nos avistam, e correm para cima de nós, Tony com um golpe militar certeiro chuta a cabeça do morto, quebrando assim seu pescoço, nós saímos um de costas para o outro, assim poderíamos ver qualquer morto que se aproximasse em nossa direção.

- Isso gente! Vamos lá! Estamos indo bem assim, Tony! Quanto tempo ainda falta para detonação?

- É! Ainda falta quarenta e dois minutos.

- Nossa, ainda temos tempo, eu achava que já faltava menos.

- Pois é, se concentrem agora.

Enquanto andávamos pela rua, Felipe esbarra em uma lixeira de ferro fazendo um grande barulho, chamando a atenção dos mortos, que ao ouvirem o som marcham desesperados em nossa direção.

- Droga Felipe! Presta atenção por onde você anda. – Disse Tony.

- Desculpa pessoal.

- Espera!

- O que foi?

- Vocês ouviram isso?

- O que? Não ouso nada Luke

- Mortos, mortos!

Quanto olhamos para traz, vimos um bando enorme de mortos vindo em nossa direção, grunhindo muito alto, com fome de carne, e quem estava no menu éramos nós. Mas do que depressa começamos a correr, mas os mortos não vinheram apenas por traz, vinham pelos lados e pela frente também, haviam também os que já estavam na rua, mas isso não me impediu, nem aos meus amigos de continuar correndo, pois não íamos desistir tão fácil assim, afinal era a nossa vida que estava em jogo.

- Corram, não parem pessoal! Escutem: - Se alguma coisa acontecer sigam o plano.

- Está certo.

- Gente eu estou ficando muito cansado, não aguento mais.

- Não pare! Falta pouco para sairmos daqui.

- Não parem! Vamos para o estacionamento que eu falei, fica a um quarteirão daqui.

- Vamos gente, nós vamos conseguir, sigam o Tony.

Com muita luta, sufoco e correria chegamos no estacionamento, Tony escolheu um carro grande para que coubessem todos nós, a melhor opção era uma caminhonete, Tony usou o cabo de sua arma para quebrar o vidro do carro, ele entra e começa a fazer ligação direta, nós do lado de fora já estávamos ficando nervosos, os monstros já podiam ser vistos de novo ao longe, começamos a atirar e Tony era cada vez mais pressionado, até que ele consegue ligar o carro, e todos nós comemoramos, Tony pede para que entremos no carro, mas quando eu ia entrar, um morto que estava perto de nós, que não foi visto e nem ouvido pois os tiros abafaram seus sons, me derrubou no chão, com isso ele acabou mordendo minha mão, os outros imediatamente saíram do carro para me ajudar, Tony com suas mãos quebrou o pescoço do morto, então todos voltamos para o carro, e Tony dirigiu o mais rápido que ele pode.

- Ah!! Mais que droga! Droga! Droga! – Eu gritava morrendo de dor. Minha visão começou a ficar turva, e aos poucos eu fui desmaiando, a única coisa que escutava era a voz de Luke:

- Calma, você vai ficar bem, vai ficar bem!

Então tudo começou a ficar escuro novamente, até que ficou escuro de vez.

----Luke----

Quando Eric desmaiou os outros começam a perguntar de mim como ele estava:

- Ele está bem Luke? - Ele está bem!? - Olhando para o banco de trás.

- Eu não sei, então eu coloquei meus dedos em seu nariz e senti sua respiração, - ele ainda está respirando.

- Não se preocupem, vamos achar ajuda médica, falta pouco para sairmos da cidade.

- Então vai, mas rápido

Já estávamos bem longe dos mortos, mas quando Tony saio um pouco daestrada sem querer ele passa por cima de uma mina terrestre que os soldadoshaviam colocado nas ruas, para impedir a saída das pessoas da cidade, assim ocarro onde estávamos acabou capotando, e todos nós desmaiamos, ali mesmo. 

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