Pandemia

Capítulo 16 - Descoberta

Quando houve o acidente, com Eric e seus amigos, o carro em que eles estavam havia capotado, todos acabaram desmaiando ali mesmo, mas os outros acordaram antes de Eric.

----Luke----

- Tony e Felipe, estavam na minha frente quando acordei, eles se arrastaram para fora dos escombros do carro, e me puxaram logo em seguida, eu haviam ficado muito dolorido, mesmo assim ainda tentei tirar Eric do carro, mais não consegui, Tony então foi até ele para ver se ainda tinha batimentos mas não conseguiu sentir nada, - Então era isso, - Eric estava morto. Eu não conseguia creditar, eu não queria deixa ló ali, mais os outros fizeram com que eu mudasse de ideia.

- É isso que ele iria querer, Eric não queria perder mais ninguém, ele apenas iria querer que nós vivíssimos.

-É Luke, pois, como ele mesmo já havia dito, quem morre já escapou desse inferno agora só faltava a gente.

Apesar de saber que Tony estava certo, não queria ir embora, mas sabia que se ficasse iria morrer também, e isso não adiantaria de nada. Então a única coisa que me restava fazer era se despedir dele.

- Adeus irmão. –

Eu tive que prosseguir com os outros, com um grande aperto no peito, pois não fiquei bem com que estava fazendo.

Após muito tempo de caminhada, eu não tirava o Eric da minha cabeça, deixar ele daquele jeito, no carro preso para qualquer um ir lá e mexer com ele, ou até mesmo um monstro ir até ele e comer sua carne, não parecia estar certo, mas ao pensar bem, eu acabei percebendo que ele já estava morto, e não sentiria nada, agora tínhamos que se preocupar apenas com nós mesmo, sei que era isso que Eric diria.

Sem perder tempo, Tony lembrou que na estrada havia um bloqueio feito pela empresa para impedir a entrada e a saída das pessoas, então nós resolvemos cortar caminho por dentro do bosque, assim não seriamos vistos e poderíamos sair da cidade sem sermos notados, parecia ser uma ótima ideia, então nós fôramos.

----*----

Enquanto isso... Eric e Sofia:

- Você vai gostar dele quando o encontrarmos.

- Você acha mesmo que ele ou até mesmo eles ainda estão vivos?

- Claro que sim! Eu sei...

- Hum.... Se você diz, agora... Eric?

- O que foi?

- Enquanto eu limpava seus ferimentos, eu encontrei uma coisa.

- O que?

- Olhe para sua mão.

- O que é isso? Parece uma...

- Isso mesmo, uma mordida, por algum motivo, que eu não sei, você não virou uma daquelas coisas, o que é bem esquisito, pois todos que vi ser mordido, se transformou em um monstro.

- Você está certa, mas eu também não sei o porquê.

- Eu já vi de perto isso acontecer, com meu pai, no meio daquela confusão que se deu no início disso tudo, ele foi para fora de casa ver o que estava acontecendo, quando a senhora Rose, nossa vizinha, uma velhinha de sessenta e cinco anos, que por sinal era uma doce senhora, veio e arrancou um pedaço do meu pai, eu não pude acreditar naquilo, foi surreal, a altura que ela pulou, para sua idade, foi inacreditável.

- E o que você fez depois?

- Eu o levei para dentro de casa, mas ele estava perdendo muito sangue, ele mal podia falar, mas foi muito rápido, questão de segundos... sabe, então ele morreu, eu sabia que ele estava morto eu mesma vi sua pulsação, então eu me abri em lágrimas aos seus pés, eu não sabia, o que eu sei agora, não sabia que ele iria retornar, eu escutei ele fazer um barulho com a boca, então eu olhei para cima, e meu pai tinha virado uma daquelas coisas, mas eu não sabia, não tinha como saber, eu fui tentar ajudar mas ele me atacou, então eu o empurrei para trás e ele caiu no chão, então eu corri para o porão, mas ele ficou lá, na porta batendo... – Sofia fez uma grande pausa, e começou a chorar.

- Não chore Sofia, eu sei o que você está sentindo, eu perdi muitos amigos também, um deles foi o Pablo, um bom amigo, mas agora ele está morto, eu sei que é difícil, mais conte... O que houve depois?

- Tudo bem..., - Ela enxugou suas lagrimas. - Ele estava lá, batendo na porta, ele não parava, eu gritava do outro lado para ele parar mais ele não parava, até que eu escutei um barulho alto, acho que foi quando a geladeira caiu na frente da porta, então não ouvi mais nada e ficou um silêncio, então eu comecei a pedir ajuda, mais ninguém pareceu, até que você surgiu e me tirou de lá.

- Nossa, eu não fazia ideia que você tinha passado por tudo isso.

- É, mas eu sei que você também passou, afinal, você que chegou todo machucado até mim.

- Você tem razão Sofia. Temos que andar mais rápido, não sei quanto tempo ainda falta para a cidade toda ir pelos ares.

- Tudo bem, mas nós não terminamos ainda viu? Temos que saber porque você não morreu quando foi mordido, você tem certeza de que não sabe mesmo?

- Bom Sofia, tem uma coisa que eu ainda não contei para você.

- O que?...

Eu então, começou a explicar tudo para ela, desde o fato que eu trabalhava para a empresa New Vision, e o que eles vieram fazer aqui, após terminar, eu também citei o fato de que eles não estavam deixando ninguém sair da cidade, o que ela não achou muito legal.

- Mas o que isso tem a ver com sua mordida?

- Não isso.... Mais quando eu era criança, meu pai havia participado do mesmo projeto que eu, e por algum motivo ele sempre me falava tudo, mesmo eu sendo uma criança, e ele sempre me dizia que eu era muito especial, não sabia o por que dele falar isso, mas eu acho que finalmente eu descobri.

- E qual é a razão?

- Meu pai me disse que minha mãe morreu no dia em que eu nasci, e que ele havia perdido nós dois.

- Mas isso é impossível! Até por que você está aqui agora...

Quando Sofia me disse isso em voz alta, eu de alguma forma consegui acessar minhas lembranças de quando nasce, e como um flash, tudo passou pela minha cabeça, TUDO MESMO! As coisas que meu pai fez e dizia para mim, e o fato de ele fazer tanta questão que eu participasse desse projeto, era para que eu descobrisse, não a imortalidade, mas sim o fato de que ela EXISTIA, e que está dentro de mim o tempo todo.

- É isso Sofia! Eu descobri o que meu pai sempre quis me dizer.

- O que Eric?!

- Eu sou imortal!...