—Tá fazendo o que? -Pergunto, mas acabo dando um susto na garota que estava agachada, enquanto escrevia algo em umas das telas que estavam no meio da quadra. —Desculpa.
Peço quando ela cai de bunda no chão. Estendo a mão pra ajuda-la a se levantar, ela me olha desconfiada por alguns segundos, mas aceita.
Acabou que Sophie não pôde ficar aqui, ela soube que o pai ia viajar de última hora e foi pra casa, para se despedir dele, mas preferi ficar mesmo assim.
Achei a ideia interessante, mas pelo que percebi, ainda não abriram a escola para quem não é aluno.
—Então? -Pergunto sugestivamente.
—Aaah. -ela abre a boca como se estivesse se lembrando da minha pergunta. —Estou assinando o nome da Jade nos quadros dela, ela mataria a Sam, uma morte lenta e dolorosa se soubesse que ela anotou o nome dela, mas me mataria de forma mais rápida. -Ela diz sorridente, antes de voltar a se agachar pra continuar escrevendo algo no quadro.
Jade? A jade fez isso?
Penso enquanto analiso o quadro, que estava bonito pra caralho pra ter sido uma coisa feita por ela.
—Tem certeza que esse é o quadro certo? -Pergunto, analisando a águia pintada na tela branca, não estava de forma concreta, parecia que estava derretendo no meio das cores.
Ela me olha com uma das sobrancelhas arqueada e se levanta, olhando em volta antes de começar a falar:
—Esse aqui, aquela rosa ali, aquela mulher lá, esse velho na esquerda e esse troço que eu não entendi ainda o que é. -Ela diz apontando pra cada quadro que cita e eu olho cada um sem acreditar, definitivamente não consigo.
—O que ela tem de vaca, tem de talentosa.-Ela olha todos eles, orgulhosa.
—Não faz sentindo. -Falo enquanto lembro da Jade, definitivamente, não faz sentindo algum.
—E você não viu nada. -Ela diz indo até o outro quatro, agachando pra assinar o nome da jade.
O quadro é o mesmo que ela disse que não sabe o que é, me aproximo do quadro, analisando ele.
—Me parece uma pessoa desmontada. —Falo quando percebo alguns dedos, igual como se desmonta um boneco.
—Sério? que mórbido. -Ela se levanta e o analisa.
—O josh me falou de vocês. -Me refiro ao cara que veio me cumprimentar, ele viu o jeito que eu olhei pra jade e citou que a namorada dele é melhor amiga da jade, ou seja, a Mary. —Como você consegue?
Pergunto sem entender, estudar aqui vem sendo mais difícil do que imaginei que seria.
—Aa coisas nem sempre são como enxergamos. -Ela murmura antes de se afastar e eu fico mais confuso, enquanto a observava indo embora.
Mas descido deixar isso pra lá quando vejo as pessoas chegando, descido olhar outros quadros que tinham espalhados por toda a quadra, uns muito bonitos, outros pareciam que vomitaram tintas.
Mas arte é expressão né.
No fim, acabo voltando para o primeiro que eu eu vi, vendo o quadro da águia na minha frente.
Eu não deveria comprar ele, têm tantos por ai e eu me atrai mais por esse? Sério?
Bufo, olhando em volta.
Mas minha mãe deve gostar e as ONGs irão agradecer.
—O que é isso? -minha mãe pergunta assim que me vê entrando no quarto com o quadro.
—Presente pra senhora. -Falo colocando em cima da cama, ela entra logo sem seguida no quarto.
—E por que você levou para o seu quarto? -Ela leva uma das mãos para a cintura, olhando pra mim, mas desvia para a tela em cima da cama.
—Desde quando você gosta dessas coisas? -Retruco.
—Não gosto de águia, da próxima vez compra de gatinhos ou lêmures, eu gosto desses. -Ela balança a cabeça positivamente, como se estivesse falando pra si mesma.
Ela sai do quarto murmurando algo que eu não entendi, volto minha atenção para o quatro, me perguntando que merda eu vou fazer com isso?
Gastei 10 dólares nessa merda e eu nem sequer vou por em algum lugar.
Penso enquanto o coloco de baixo da cama e me jogo em cima da mesma, pegando meu celular. Fingindo que isso nunca aconteceu.
Abro na mensagem que a Sophie me mandou:
SOPHI: Amanhã é sexta, não esquece. :)
NOAH: Jamais.
Envio a mensagem pra ela e vou responder outras, a maioria era do pessoal do outro colégio.
Mas acabo pegando no sono no meio de alguma mensagem.
Tá aí
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Mil formas de te amar
Roman d'amourEla é formada por Expressões falsas e sorrisos maldosos, ninguém se aproximava o suficiente para não se machucar, mas ninguém sabia que ela era inofensiva. Mas ele chegou, o novato que não sabia do perigo e quando soube, amou. Capa: @FreyjaDak