Q U A T O R Z E

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Subo as escadas correndo, tentando impedir que as pessoas me vissem nesse estado deplorável

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Subo as escadas correndo, tentando impedir que as pessoas me vissem nesse estado deplorável.

É inadmissível eu perder o controle na frente de alguém e mais que imperdoável se esse alguém for o novato.

Eu sou uma tola por sentir pena dele, ele não faria falta alguma nessa escola.

Fecho a porta com as minhas mãos trêmulas.

Eu o odeio.

Inspiro e solto o ar com força, eu queria não chorar mais.

Passo as mãos pelo rosto, secando as lágrimas que pareciam que nunca iriam parar de cair.

O que há de errado comigo?

Caminho até a tela no meio do meu quarto, minha cabeça doía de tanto chorar.

Olho pra garotinha olhando para os próprios pés, entendendo agora o que ela significava.

Pego a tesoura que usei pra cortar os pedaços do que ela é feita e enfio na tela, sem me importar com as horas, dias, os semanas que fiquei a fazendo.

Faço esses mesmos movimentos, rasgando cada pedaço dela.

Cansada de ser como ela.

-Voce não vai comer isso. -Minha madrasta sussurra no meu ouvido pra ninguém ouvir. -Os amigos do seu pai já estão olhando pra você estranho, o que eles vão pensar em ver você comer uma coisa dessa?

Ela tira o prato que tinha um pedaço de pizza das minhas mãos.

Olho em volta, vendo todos comendo e conversando entre si. Ela se afasta, me deixando sozinha.

Olho para meus próprios pés, me distraindo pelas pedrinhas das minhas sapatilhas, sem saber o que fazer.

-Jade, o que você está fazendo? -Helena aparece ao meu lado, tirando a tesoura da minha mão, a jogando no chão. -Jade...-Ela coloca as mão no meu rosto. -Calma, respira fundo, calma.

Ela me puxa pra si, me acolhendo em seu abraço.

-Não chora meu amor, não chora. -Ela me aperta e eu me encolho sobre ela. -O que aconteceu?

Balanço a cabeça negativamente, esperando que ela entenda que não quero falar.

Simplesmente vou excluir isso como sempre faço.

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