Mil formas de te amar

T R I N T A E O I T O

Acho que eu estou bêbada, muito bêbada. Tropecei em absolutamente nada pela décima vez essa noite e o pior de tudo, é que eu me sinto bem. Minhas intenções era fazer ele transar comigo pra eu finalmente me sentir completa, mas não me sinto mal por ele ter recusado.

Depois de eu beber praticamente uma garrafa de vinho toda, ele não deixou eu subir as escadas sozinha, Me ajudou a deitar e saiu.

Faz meia hora que estou aqui olhando para a escuridão no teto e sorrio quando lembro que ele não dorme no escuro. Me levanto, minha mente bêbada acabou de ter uma ideia brilhante.

Pulo da cama de uma só vez, saindo na pontinha do pé, o que não faz muito sentindo, já que o josh e Mary não chegaram ainda.

Desconfio que é proposital, mas eu não vou reclamar. Bato na porta do novato, mas não espero um aviso pedindo pra eu entrar. Abro a porta, encaro seus olhos que já estavam sobre mim, causando uma certa confusão no semblante dele. Eu ignoro esse olhar e fecho a porta atrás de mim.

—O que foi? -Ele pergunta fazendo menção de se levantar, porém faço um sinal com as mãos, pra que ele não faça isso.

—Vim fazer você perder seus medos. -sorrio animada.

—Você tá com aranhas e agulhas aí? -Ele brinca.

—Não, eu também não gosto dessas coisas. -Caminho até o único abajur ligado, o desligando logo em seguida.

—Jade...-Ele me repreende e se remexe na cama, provavelmente pra tentar ligar de novo.

—Não seja medroso, novato. -zombo, me deitando ao lado dele. —as criaturas que habitam na escuridão, amam gente medrosa.

Brinco sentindo o colchão se mexer ao meu lado, depois sinto as mãos dele me procurando, Parando em cima do meu rosto.

—Não é assim que ajuda uma pessoa a superar seus medos. -Ele retruca, se mexendo mais. Eu não consigo ver muita coisa, mas acho que ele se virou para o meu lado, já que sinto sua respiração bater contra meu rosto. —E eu não vou conseguir dormi com você aqui.

—Por que? -Pergunto, sentindo a falta da mão dele, quando ele a afasta.

—Porque sim. -Ele simplesmente diz isso e fica calado.

Suspiro.

—Por que você tem medo de escuro? -Estendo a mão, procurando qualquer coisa dele que eu possa tocar.

—Eu não sei. -Noah murmura, alcanço seu braço nu e deixo minha mão repousada nele. —Você deve estar totalmente bêbada.

—Não estou. -Franzo as sobrancelhas como se ele fosse ver. Ele provavelmente está certo, mas não bêbada o suficiente pra não saber o que eu estou fazendo.

—Tá sim. -Ele retruca e suspira. —Boa noite, Jade.

Ele diz antes de se virar, ficando de costas pra mim. Mordo os lábios um pouco decepcionada, mas continuo no mesmo lugar.

—Você tá com medo? -sussurro.

—Depende do que você está falando. -Ela responde e eu pude perceber o duplo sentido, ele não estava se referindo ao escuro.

—Do que você está com medo? -pergunto.

—De nós. -ele responde, voltando ao silêncio, nem mesmo eu consigo dizer alguma coisa.

Eu nem ao mesmo consigo montar um pensamento concreto sobre isso, não tenho certeza do que exatamente está acontecendo, mas eu gosto.

—Então como superamos isso? -Pergunto e mesmo com receio, eu o toco.

Ele solta um grunhido antes de se virar pra mim.

—Amanhã, quando formos embora...-ele faz uma pausa, como se estivesse buscando as palavras. —Quem você vai ser?

—Eu mesma. -respondo rápido, sem entender exatamente o que ele quis dizer com isso.

—O que nós seremos? -ele continua, me fazendo ficar em silêncio.

—Eu não sei. -repondo depois de longos segundos calada. —Não precisamos resolver isso agora.

Me aproximo mais dele, sentindo ele ficar tenso quando meu corpo colide com o dele.

—Boa noite, Noah.

Me aconchego contra ele, eu sempre quis ficar assim com alguém e é melhor do que dizem em livros ou filmes.

—Puta que pariu. -Ele murmura antes de me envolver com os braços, sorrio, sentindo seu corpo junto ao meu. —Tomara que puxem seu pé.

To com sdds de vcs