T R I N T A E C I N C O

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Sinto os dedos dela passarem delicadamente pela minha, sinto a respiração dela, sinto o coração dela batendo contra minhas costas, já que ela apoiava seu peso todo em mim

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Sinto os dedos dela passarem delicadamente pela minha, sinto a respiração dela, sinto o coração dela batendo contra minhas costas, já que ela apoiava seu peso todo em mim. E porra, eu to excitado sem nem sequer olhar ela.

E eu amo isso, amo a concentração dela, o silêncio que vem dela é bom, nosso silêncio é bom.

-O que você está fazendo? -pergunto, já que eu estava impossibilitado de ver.

-O céu.- ela murmura concentrada, ela se aproxima tanto de mim que eu acho que pude sentir a ponta do nariz dela tocar minha pele.

Que Deus me dê autocontrole.

-Do que você tem mais medo? -Pergunto, sentindo tudo em mim, curioso pra saber tudo dela.

Essa Jade que vi esses dias é totalmente diferente do que eu pensei, tem mais pra mostrar do que a garota fútil de dias atrás.

-Acho que tenho medo das pessoas me deixarem. -Ela responde. -Como minha mãe, meu pai, a Helena. -A Jade suspira enquanto se afastava. -Agora eu só tenho a Mary e o Josh.

Ela completa, causando mais sensações estranhas em mim.

-E acabei, se você borrar, eu te afogo de tinta. -Ela brinca, enquanto me ajudava a levantar sem borrar.

-Então, eu acho que não devo tomar banho um bom tempo. -Jade sorri enquanto me virava de costas pra ela e pelo o que vi no reflexo do espelho, ela estava orgulhosa.

E eu sorrio por isso, mesmo sem saber como estava.

-Essas tintas não brilham, mas ficariam lindas se brilhassem. -Ela comenta com um sorriso e me olha pelo espelho. -Sua vez.

-Minha vez? -Pergunto com as sobrancelhas juntas.

-Eu sou uma pessoa justa. -Ela empina o nariz. -A onde você quer pintar?

Volto a ficar de frente pra ela, analisando-a por alguns segundos, até decidir:

-Seu rosto. -Ela me lança um olhar desconfiado e eu dou de ombros, vendo ela se deitar na cama.

Meu Deus.

Respiro fundo antes de voltar pra cima da cama, sem saber absolutamente nada sobre o que pintar.

Ela me olha curiosa, enquanto eu pegava qualquer tinta e me aproximava, acho que a escolha do Lugar foi péssima.

-Talvez eu devesse me vingar desse estrago que você fez no meu rosto. -Zombo passando a tinta vermelha sobre seu rosto, ela sorri de acordo com os meus movimentos e eu faço mais e mais, até ouvir uma gargalhada.

-Eu não fui tão cruel assim. -Ela abre os olhos ainda rindo, enquanto analisava meu rosto. -Não ficou fei...

Eu a calo passando meu dedo cheio de tinta nos lábios dela, fazendo ela rir mais ainda.

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