Trabalho de Conclusão de Curso

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Às margens do Atlântico, sentei-me e
lá chorei. Tudo atravessa os
rios de água negra, enquanto
festejamos falsas alegrias em
nossos corações, vermelhos de
ressentimento.

Ressentimento? Foi por
falta de empenho que
tudo acabou como
acabou. O que faziamos ali,
quando deveríamos estar
aqui? O que faremos
jamais?

Pequena alegria dissipada em
divina ou maravilhosa
procissão. Amanhã:
Carne. Fogo. Sapatos. Leis que
não bastam. Poemas. Cópias
de poemas. Tudo igual,
mesmo tudo diferente.

Os tempos são os mesmo, apesar dos
segundos. São 3600 por hora,
ou são alguns por dia? Como posso ter
errado sendo relativo? Não me
sobrou muito para compensação.

Como podem me forçar se
sei que estou sendo forçado?

Não aceito! Sem que possam provar, não
aceito! Traga-me de volta Einstein e junto,
Sheakespere vestido de
homem-aranha, para que eu possa
perder no xadrez e conversar,
longamente,
sobre o sangue infinito dentro de si que,
relativamente,
corrompe nosso tempo até o tutâno.

De si ou de nós. O inferno sou
eu. Todo o castigo de uma vida em
pecado, sofro dentro dessa
pele que habito. Toda a
importancia das palavras
que não têm significado. Dissimuladas,
ásperas e melancólicas, brotam como se
desejassem escorrer, já de sentido esgotadas.

A pressão do fluido em uma
tubulação de água, de
uma empresa petroquímica, que
teve um problema em um de
seus reatores, mas não podia
apagar o incêndio. Rocha
apenas. Um furo no
trecho enterrado dos dutos.

Preciso resolver o
problema da diferença de
pressão em tubulações para
sanar vazamentos.

Preciso que o resto me venha visível, pois
ainda não sei sentir o chão úmido.

Natureza ImpostaWhere stories live. Discover now