Capítulo 16. Concertando os erros.

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Peço uma noite na fogueira para explicar melhor a situação

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Peço uma noite na fogueira para explicar melhor a situação. Eu queria agir e deixar essa cidade para trás, mas explicar tudo parece o mais certo. Deixar eles decidirem. Mas claro que vou me impôr até eles concordarem.

O clima está péssimo. Deprimente. Combina bem com a situação.

— Eu refleti sobre o que fiz a vocês. O quanto meu presente foi uma maldição. O quanto eu afetei o destino de cada um de vocês e daqueles que vieram antes — falo, olhando para cada um deles — eu era jovem e fui imprudente em achar que poderia ditar o destino de alguém. Dar vocês a habilidade de se transformar para proteger suas terras pode parecer justo, mas o imprinting não é. Eu o fiz com a intenção de unir duas pessoas que com certeza teriam filhos com o poder da transformação. Só que não é... real. Ninguém pode fazer amor verdadeiro. O que eu fiz foi uma imitação dele, por isso existe esse sentimento quase sufocante de dependência e adoração — evito olhar para Sam e Emily, que com certeza sentiram a indireta — qualquer amor que não seja o real, é uma abominação. E eu quero por um ponto final nisso. Mexer mais com o futuro só vai causar mal. A história a partir de agora deve ser escrita apenas por vocês. Eu irei retirar a magia do imprinting do seu povo. E, se quiserem, romperei os que já foram selados, anulando qualquer sentimento fruta de magia. Tudo que restará será o mais puro e real sentimento.

Um silêncio sepulcral se faz. Todos parecem chocados, se encarando em confusão.

— Perfeito — comenta Leah, sorrindo. Um sorriso real. Então ela começa a rir, rir para valer, o que até me assusta um pouco.

— Leah! — reconheço Sue, sua mãe, a olhando pasma.

— Não! — Emily se levanta, parecendo horrorizada — o imprinting não pode ser desfeito.

— Eu te amo, Emi. Nada mudaria isso — Sam parece confuso por sua reação. O imprinting fez ele "amar" Emily por tanto tempo que qualquer coisa diferente disso parecer quase impossível.

— O que, Emily? Está com medo do seu amor perfeito não ser real? — Leah quase rosna. Há fogo em seu olhar. Ela está agarrando essa oportunidade como se fosse sua última esperança. Ela ainda ama Sam. De verdade...

— Eu não... — Emily chora, parecendo desesperada. A frase "o que eu fiz?" se repete em minha mente sem parar. Sinto a culpa me atingindo em cheio.

E não gosto da sensação.

— Eu gostaria de não estar mais preso a uma criança — comenta um deles. Não vejo quem. Não me importa. Uma criança, pelo amor de Deus! O que eu fiz? — nossa, dói só de pensar nessa possibilidade.

Então Jacob surge das sombras da floresta. Parece que foi atropelado por um caminhão e enterrado por dias. Resumindo: está horrível.

— Por favor... — ele parece estar prestes a chorar — vamos conversar?

Dusk till Dawn | CrepúsculoOnde histórias criam vida. Descubra agora