CAPÍTULO 16 - GOLES E MAIS GOLES

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Assim que cheguei em casa, meu pai tava almoçando na cozinha. Estranhei, porque ele sempre almoça no trabalho. Entrei na cozinha e abri a geladeira sem falar nada. Não tinha porra nenhuma lá dentro, nem sei por que insisto em abrir.

Pai: Tem comida no forno.

Ele tinha feito? Meu pai não cozinha nem ovo. Não liguei, tava morrendo de fome e queria saber o que tinha lá dentro, independente de como tivesse parado lá. Era batata assada com queijo, catupiry, sei lá o que mais, e tava com uma cara muito boa. Eu amo batata assada com queijo. Comi uma vez na casa do Matt e curti demais, e aí minha mãe aprendeu e fazia pra mim quando tava inspirada, no meu aniversário, etc. Mas porra. Minha mãe não mora mais aqui.

Eu: Onde tu arrumou isso?
Pai: Tu gosta, né? Eu lembro quando...
Eu: Onde tu arrumou essa porra? - comecei a desconfiar de algo muito, mas muito ruim mesmo.
Pai: Eu fiz. - ele não me olhava nos olhos, só pro prato dele.
Eu: Não sou tão idiota quanto tu imagina. Quem fez?

Ele largou os talheres em cima do prato, o que fez um barulho bem alto e agudo. Ficou segurando uma mão na outra, como fazia quando ficava puto.

Eu: E o que tu tá fazendo em casa a essa hora?
Pai: E tu? Tua aula não acabou ainda, que eu saiba.
Eu: Foda-se. Tu trouxe que vadia pra pegar nas coisas de cozinha da minha mãe e fazer essa merda?
Pai: Não é vadia, Thomaz... Entenda que não é vadia.

Filho de uma puta. Filho de uma puta daquelas bem casqueiras e sujas. No mínimo ele tinha trazido alguma vadia aqui pra fazer comida pra mim e ver se me agradava, que bela merda. Vai mesmo compensar toda a bosta que ele fez com uma batata assada, to valendo pouca bosta agora.

Eu: Foi a puta que nos foi apresentada na semana passada?
Pai: Thomaz...
Eu: Se aquela filha da puta encostou um dedo...

Fui interrompido por um barulho na sala. Ouvi passos de salto alto vindo em direção a cozinha, e logo um cabelo loiro cor de filha da puta, sei lá, nem consigo descrever aquela porra de tanta raiva que eu tava, apareceu. Fiquei sem fala, minha garganta fechou. A vadia tava parada bem na minha frente, na porta da cozinha.

Pai: A Cássia quis fazer. Eu nem disse nada, ela perguntou que prato tu gostava e fez pra ti.


Ele se levantou e ficou esperando minha reação. Caso eu resolvesse estrangula-la, pelo menos ele tava já tava em pé. Ela ficava forçando um sorriso, mas dava pra ver que tava nervosa pra caralho.

Eu: Que gostoso, Cássia. - relaxei a musculatura do meu rosto e sorri pra ela.

Eles definitivamente ficaram espantados com o que eu disse. Ela fechou o sorriso, que foi aberto logo depois, quando achou que eu estivesse sendo simpático.

Fui até o forno pegar a batata enquanto ela falava. Tinha uma voz bem de piranha, aguda e insuportável.

Cássia: Ora... Hahaha... Que bom, digo, eu perguntei pro seu pai e aí...

Olhei pra trás antes de encostar na fôrma. Ela gesticulava pra caralho e ria entre uma palavra e outra, falava olhando pra cima, toda escrota. Meu pai tava me olhando como se eu tivesse ido pegar uma arma no forno.

Eu: Bem gostoso mesmo.

Peguei a fôrma nas mãos.

Cássia: Hahahah! Pois é! Eu peguei essa forma que não era tã...
Eu: Por que tu não enfia no cu?

PQOGSPN?!Where stories live. Discover now