CAPÍTULO 13 - WE CAN BE HEROES...

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Dormimos na casa do Fred. De manhã, acordamos com o despertador insuportável do Matt. Aquela porra de som me deixava irado, que merda de despertador. Eu acordei em um dos sofás da sala e vi o Matt deitado no outro, desligando o alarme.

Eu: Velho, sorte tua que tu tá em outro sofá, senão eu ia socar tua cara quando ouvisse essa porra de alarme.
Matt: Se fosse outro, tu não ia acordar.
Eu: Ia sim, eu acordo com The French Open do Foals todos os dias e é sempre de boa.
Matt: Mas aposto que tu pegou raiva da música.

É verdade. Tu sempre pega raiva da música do teu despertador. Tomei banho e vesti a mesma roupa, não tava a fim de ficar me apertando nas calças de viado do Fred.

A aula foi eterna. Eu só queria dormir. Entrei mudo, saí calado e com a marca da manga da blusa no rosto de tanto dormir. Passei do lado do Vinão na saída, mas tava pouco me fodendo pra ele. Eu fico um pouco assim uns dias.

Vinão: Tu tá estiloso com esses pontos, nerd.
Eu: Pau no teu cu.

Ele deu uma risada abafada de gordo e fui embora. Definitivamente a Bruna não o deixava encostar em mim, senão eu já estaria com mais uns quatro pontos do outro lado do rosto.


Em casa, encontrei meu pai sentado na mesma poltrona de sempre. Dessa vez, tava lendo jornal numa tentativa frustrada de ficar com cara de pai. Ignorei e fui direto pra cozinha comer sucrilhos. Tinha acabado.

Eu: Quem comeu meu sucrilhos?! - gritei da cozinha pra que ele ouvisse.
Pai: Só moramos eu e tu aqui, quem mais poderia ser?

Viado, comeu meu sucrilhos. Que porra de pai tira a comida do próprio filho?

Eu: Porra, por que tu fez isso?!

Voltei pra sala a fim de chutar qualquer coisa que tivesse na minha frente. Por sorte, não tinha nada. Fiquei parado na frente da poltrona querendo estrangular aquele pescoço de viado dele.

Pai: Engraçado como tu fica parecido comigo quando tá bravo.
Eu: Meus pêsames.
Pai: Mas tá vendo? Funcionou.

Funcionou o que porra? Tu quer me matar pra poder morar aqui com a tua vadia e começa tirando minha comida?

Pai: Esse era o único jeito de tu vir falar comigo. Pensei em roubar teu maço de cigarros, mas era fácil tu ir comprar outro. Quero ver tu ir pro mercado comprar um sucrilhos.
Eu: Que porra tu quer?

Que babaca. Eu não tava acreditando.

Pai: Tua mãe ligou de novo e é pra tu ir pra lá no fim de semana, tu não tem escolha.
Eu: Como assim eu não tenho escolha?!

Eu com certeza iria, mas só de ela ter falado isso me deu vontade de não ir. Fico puto quando me obrigam a fazer coisas, por mais que eu realmente queira fazê-las. Preciso pelo menos ter a ilusão de que foi por livre arbítrio.

Pai: É isso. Ela ligou ontem à tarde, mas não sabia onde tu tava. Por que tu não carrega teu celular?
Eu: Porque eu odeio essa merda.

Ele ficou me analisando, de cima a baixo. Coisa de pai. Mais uma vez ele tava tentando fazer papel de um.

Pai: Tu vai?
Eu: Não. - dei as costas pra ele.

Pai: Thomaz.

Tava louco de fome, fui ver se tinha qualquer outra coisa no armário da cozinha.

PQOGSPN?!Where stories live. Discover now