Fumamos maconha quase a porra da tarde inteira mesmo, já tava ficando enjoado daquilo. Fiquei sentado no mesmo lugar de sempre na grama, olhando os caras andarem. O Luc, francês gente boa amigo do Sick Boy, se sentou do meu lado.
Luc: Cara, tu não namorava uma loura de cabelo comprido? Bem branquinha.
Era engraçado, ele sempre falava "loura", com U, e esse R puxado de francês. E provavelmente tava falando da Bruna.
Eu: Namorava, a Bruna.
Luc: É, Bruna! Irmã do Kid.
Eu: Isso.
Luc: Pode crer. Ela tava aí.
Eu: Na pista?!
Luc: É, ela e um cara grandão. Deu uma puta treta.
Eu: Que treta?
Luc: Sei lá, ele levantou a mão pra ela e tudo.
Eu: ELE O QUÊ?!
Luc: Não tá sabendo de nada? Vim aqui te perguntar já que tu é ex dela e aí...
Eu: ELE BATEU NELA?!Eu tava quase batendo no Luc, que nem tinha nada a ver com a história. Meu sangue ferveu mesmo. Se aquele escroto encostou um dedo na Bruna eu mato ele, eu juro que eu mato ele.
Luc: Não até onde eu vi. Eles saíram discutindo pro lado de lá. - ele apontou com a cabeça.
Eu: Caralho, Luc.Demorei um pouco pra raciocinar por causa da brisa toda, mas eu precisava saber o que tinha acontecido. Foda-se o motivo deles terem brigado, queria saber se ele tinha feito alguma coisa pra Bruna, fisicamente falando.
Luc: Tu mal consegue andar, Thommo. Fica aí.
Eu: Minha mina, cara, não podem bater na minha mina!Me levantei em choque, ele se levantou logo atrás de mim. Olhos nos meus olhos, mãos nos meus ombros.
Luc: Thomaz, presta atenção.
Tava difícil focar o olhar nele, mas logo consegui. Valia a pena ouvir o que o Luc tinha pra dizer, sempre.
Luc: A mina não é tua.
Nem sempre.
Luc: Entendeu?
Olhei pra baixo.
Luc: Tu entendeu?
Eu: Se ele bate nela eu quero ele em quatro, Luc.
Luc: E eu te ajudo, cara. Vai lá e resolve o que tu quer resolver, mas bota na cabeça que ela não é tua.Não curti nada do que ele disse e não sei dizer se realmente entendi. Acho que eu não queria entender.
A pista de skate ficava numa avenida bem grande, e a rua da casa da Bruna cruzava com ela. Não sou muito bom com endereços, mas nunca me esqueci o caminho até a casa dela. Nem parei pra me despedir do Luc, só saí correndo pra encontra-la. Corri, corri, corri feito doido. Minhas pernas ferviam e meu peito doía pra respirar, mas eu não tinha vontade de parar.
Assim que cheguei na porta da casa dela, com a respiração mais ofegante do que nunca, toquei a campainha, bati na porta mil vezes, chamei a Bruna, mas ninguém me entendeu. Não queria saber de nada, eu ia esperar até ela voltar de onde estivesse. Ela podia estar precisando de mim, e com certeza tava. Eu não podia deixar aquele gordo fazer mal pra ela. Me sentei em um dos degraus que ficava na porta da casa e apoiei minha cabeça nos joelhos, tentando recuperar a respiração.
Fiquei com a cabeça apoiada nos joelhos um tempão. Tava pouco me fodendo pra caso a mãe dela resolvesse aparecer, não tinha que ficar mais fazendo social pra ela. Ouvi passos de alguém correndo. Levantei a cabeça, e era a Bruna, que tava com uma das mãos na boca, e chorando pra caralho. Meu coração se acelerou de uma hora pra outra, eu me levantei e fiquei esperando que ela chegasse.
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PQOGSPN?!
Genç KurguPQOGSPN?! é uma história idiota sobre três amigos idiotas que um monte de gente legal curtiu. Escrita por Nath Araújo. Três garotos. Sempre os três. Vivendo a vida como se tudo fosse acabar amanhã. E quem garante que não vai? "Não importa quantos im...