No caminho, fiquei pensando no que ia dizer pros caras, principalmente pro Fred. Iam me zuar pra caralho. Pensei em mentir e dizer que tinha dado umas cinco na noite, mas não tava precisando daquilo. Acabei indo pra estação perto da minha casa, foda-se meu pai.
Não me preocupei em saber se ele ainda tava em casa. Eu tava com uma fome do caralho, mas com mais sono ainda. Dormi com a roupa de viado do Fred que eu tava usando.
Assim que acordei, fui pra casa do Fred, me lamentando porque já era domingo. Como eu odeio domingo. Pensei em mais mil coisas, mas o que mais me incomodava era o fato de ser domingo. Que dia deprimente da porra.
A porta do Fred tava aberta, como sempre. Ele ainda devia estar dormindo, então fiquei na sala comendo os lanchinhos da mãe do Matt. Resolvi ligar pra ele ir pra lá também, mas o telefone do Fred ficava no andar de cima. Não sei por que ele teve essa idéia infeliz de deixar o telefone fixo no andar de cima. Enfim. Coisa de Fred.
O telefone ficava logo no corredor, no chão. O Fred tinha uma puta casa e não prestava nem pra arranjar uma mesinha no brechó, que devia custar menos que uma calça dessas de viado que ele usa. Ouvi um barulho vindo do banheiro, que ficava no fim do corredor. Devia ser ele. Até pensei em avisar que eu tava ali, mas foda-se. Disquei o número do Matt enquanto a porta do banheiro se abria. Pra minha surpresa, e que puta surpresa, não era o Fred.
Eu: Alícia?!
Ela tava saindo do banheiro, toda descabelada, esfregando os olhos. Quando me viu, travou. Já era de se esperar.
Alícia: O que... O que tu tá fazendo aqui?!
Eu: Vim tomar café na casa do meu melhor amigo. E tu? - com certeza não era o mesmo motivo.Ela me olhou com a pior cara que já a vi fazer. Voltou pro banheiro, pegou uma bolsa preta, que devia ser dela, claro, e desceu as escadas correndo. Ela tava usando umas botas pesadas, que faziam muito barulho. Pude ouvir a porta da sala batendo com força.
Fred: Que porra de barulho é esse, Alícia?! - ele gritou do quarto.
Eu: Sou eu, Fred.
Fred: "Eu" quem, caralho?
Eu: O Thomaz, porra.
Fred: THOMMO?! - ouvi uns barulhos de como se ele estivesse se levantando muito rápido, em choque.Que filho da puta, tava comendo a Alícia. Ou não. Não sabia o que pensar. A Alícia era uma vadia, mas tinha dito que gostava de mim. Por mais escroto que eu seja, confesso que fiquei mexido com o que ela disse, não sou tão psicopata assim. Sei lá, caralho. Aquela cena toda tava muito confusa.
Fred: Thomo?! - ele colocou a cabeça pra fora da porta.
Eu: Eu. - respondi, sentado no chão segurando o telefone.
Fred: O que... tu... a... a... Alícia. Cadê ela? O que tu tá fazendo aqui? Tu, tipo, falou... com ela?
Eu: Relaxa, Fred. To ligando pro Matt.Ele tava com os olhos arregalados e engolindo seco. Acho que eu não era o único que ficava com a boca seca quando nervoso.
O celular do Matt chamava e o Fred ficava ali na mesma posição, parado na porta, segurando um lençol pra cobrir as partes íntimas.
Eu: Vai colocar uma roupa. To cansado de te pedir pra fazer isso.
Ele voltou pro quarto. Devia estar realmente em choque, nem fez nenhuma gracinha do tipo "bláblá meu corpo de sereia". O Matt não atendeu. Continuei ali sentado. A Alícia era mais vadia do que eu pensava, bem que o Fred me disse. Ele fazia bem de estar comendo ela. Ela não gostava de mim. Acabei de ter a prova disso na casa da Clarissa, caralho. Se a mina gosta de ti, ela não vai dar pra outro cara, muito menos pro melhor teu melhor amigo. Que porra ela tava querendo comigo?
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PQOGSPN?!
Novela JuvenilPQOGSPN?! é uma história idiota sobre três amigos idiotas que um monte de gente legal curtiu. Escrita por Nath Araújo. Três garotos. Sempre os três. Vivendo a vida como se tudo fosse acabar amanhã. E quem garante que não vai? "Não importa quantos im...