1 - A chegada

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14 anos atrás...

   Essa é a Annabeth Hope, apenas isso, sem filiação, sem sobrenome, sem nada. Mentira, havia algo, uma grande chama de esperança em sua vida, como em seu nome.
   Nascida em um intenso inverno paulista, veio de um casal de jovens drogados, que em meio aos seus delírios a conceberam.
Seu pai que tinha apenas 19 anos, sumiu antes mesmo de sua mãe, Sabrina, de apenas 17 descobrir a gravidez. Ela, porém, resolveu seguir em frente com a gestação e tentou dar seu amor, mesmo em meio a loucura de seu vício.
  Foi apenas quando Anna nasceu que percebeu que não tinha a menor condição de cuidar dela. Apesar de ter nascido no tempo certo, ela nasceu abaixo do peso, com sintomas de abstinência pelo consumo de drogas durante toda gravidez, dos quais, ela sofria de tremores, se recusava a mamar, tinha crises de vômitos  e problemas respiratores como apneia e asma. Mas apesar disso tudo, Hope tinha uma coisa especial que encantava todos que a viam, possuia uma herança genética chamada heterocromia, que dava a ela olhos de cores diferentes.
   Ela passou os 3 primeiros meses de vida no hospital e após ser liberada sua mãe a levou ao Orfanato Pequeno Príncipe, uma instituição mantida por várias famílias tradicionais e abastadas, na esperança de que ali ela pudesse ter os cuidados que ela necessitava. Deixou-a nas mãos de Dona Maria de Jesus, uma das responsáveis pelo lar de crianças, com o pedido de que cuidasse dela e com a promessa de que a visitaria e tentaria ficar sóbria para que um dia pudesse cuidar dela. Todavia, disse à dona Maria que se uma família de coração bom deseja-se adotada para lhe dar uma vida plena, que ela não interviria porque sabia que não  tinha condições de dá-la.
   Ao passar dos anos Annabeth foi crescendo no orfanato sem ser adotada, não porque as pessoas não se interessavam, mas porque ao saberem de sua história tinha medo de tal fardo, além da constante ameaça de se viciar em algo, por já ser propensa a tal coisa.
   De mesmo modo, com o passar do tempo, Hope conviveu de maneira simplória e rarefeita com a mãe, que a visitava nas raras vezes que vencia as suas próprias batalhas e conseguia ficar sóbria. Nesse tempo, tentava instruir-la, mesmo que ainda pequenina, a não enveredar pelos maus caminhos que seus pais trilhavam e contava-lhe histórias do passado na esperança de que um dia sua filha achasse o pai, que apesar de não conhece-lo de fato, desconfiava de ser de família rica, por suas roupas e de nunca lhe faltar dinheiro.
  Mas, apesar de toda luta, mesmo começando a vencer o seu vício, Sabrina se viu refém do vendedores de drogas, os quais devia e foi morta quando Hope tinha apenas 7 anos.

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