Pv Frederick
Após anos fora do Brasil, estou de volta pra assumir a sede das empresas e da rede de hospitais de minha família, mas antes disso segundo a mente atrasada de meu pai, eu tenho que conseguir uma boa reputação perante a sociedade, como se minha inteligência, que não é pouco, não bastasse.
E é por isso que hoje estou indo até o orfanato Pequeno Príncipe, o qual minha familia colabora, para criar uma boa imagem sobre mim. O que não impossível graças aos meus pais que abafaram o motivo de ter sido mandado para fora do país. Depois de quase 15 anos na Europa, onde me tratei, estudei administração em Cambridge e comecei a trabalhar gerindo as ações do meu pai e começando a investir em minhas também estou de volta.
Modéstia à parte, sou muito bom no que faço, em pouco tempo criei uma fortuna com meus próprios investimentos e fiz aumentar ainda mais a de meu pai, mas agora o todo poderoso senhor Oliver Belgrado quer se aposentar e portanto assumirei o comando Holding* Belgrado, mas para isso antes tenho que criar uma boa imagem, o que para mim é uma perda de tempo, afinal meu trabalho já seria mais do que o necessário para isso.
Mas aqui estou eu chegando ao orfanato, quero fazer essa visita logo, claro que sendo registrada para ter uma visibilidade pública, para acabar de uma vez com isso e me livrar desses pirralhos. Sou recebido pela Dona Maria como me foi orientado, a qual me guiará pela visita._ Sej... seja muito bem vindo Sr. Belgrado.
Devo ressaltar que não me passou despercebido seu gaguejar e sua admiração, estou acostumado porque sei que sou um homem bonito, mas acredito que a senhora esteja focada apenas em meus olhos e não no todo.
_ Pode me chamar de Sr. Frederick, ainda deixo esse título pra meu pai.
Permaneço com o "senhor" por gostar dessa sensação de respeito mas digo meu nome na tentativa de parecer simpático, apesar de não estar nem um pouco animado com essa visita.
_ Como o senhor preferir, é uma honra recebe-lo aqui, já que sua família é bastante generosa com nossa instituição.
_ Agradeça a minha mãe, pois é seu grande coração que faz essas doações.Falo a verdade, porque sempre me admiro muito que ela, mesmo depois de anos vivendo no nosso meio, ainda tem um bom coração para fazer essas doações pelos motivos certos e não por aparência, que é o que a maioria faz.
_ Acredite, eu sempre agradeço nas visitas dela.
Olho para meu rolex e vejo que ainda são 12 horas e a entrevista está marcada apenas para 13:30, terei um longo tempo pelo frente. Além disso, percebo que as coisas aqui estão bastante quietas para um lar de crianças.
_ O senhor aceita água ou suco?
_ Não, obrigado.
_ Então vamos aproveitar para começar o tour agora, já que as crianças ainda estão voltando da escola e então está tudo mais tranquilo.Apenas aceno concordando e ela começa a me apresentar os ambientes, os projetos aplicados e os planos futuros que eles tem. É um pouco mais de meio dia e meia quando as crianças e alguns poucos adolescentes entram pela porta. Não me passa despercebido a pouca quantidade de jovens mais velhos, o que estranho já que em reportagens que vi, muitas vezes são abordados a grande quantidade dos adolescentes mais velhos, que não são adotados, visto a preferência dos adotantes pelos mais novos.
_ Me perdoe a indiscrição, mas não deixei de reparar na pouco quantidade dos mais velhos, eles não são acolhidos aqui?
_ É claro que são, você só não os viu aqui, porque muitos são liberados no período da tarde para fazer cursos ou trabalhar, claro que em locais apropiados.
_ Mas trabalhar agora, para trazer mais recursos ao orfanato?
_ Não, de forma alguma, é apenas para que eles possam juntar economias para o futuro.Depois disso, as crianças são organizadas e sou apresentado à elas, não deixo de perceber que novamente ficam admirados pelos meus olhos, devo dizer que nunca me incomodou o fato da pessoas os olharem, pois sei que são diferentes e me dão um charme a mais, mas hoje estão estranhando o fato de todos estarem reparando neles exclusivamente, mas não vou tocar no assunto. Após as apresentações, os meninos são levados para o almoço, e então acompanho Dona Maria até seu escritório para aguardar o horário da entrevista. Permanecemos conversando, até que o telefone do orfanato toco e fico observando-a.
_ Orfanato Pequeno Príncipe, boa tarde. Em que posso ajudar?
Observo enquanto ela ouvi o outro lado da ligação pacientemente.
_ É sim, ela é uma das órfãs que vivem aqui. Porque a pergunta? Aconteceu algo com ela?
...
_ Ohh meu DeusVejo sua expressão mudar de forma drástica e ficar visualmente abalada com o que ouvi ao telefone. Ela larga-o em choque e se senta parecendo que vai desmaiar, então fico preocupado, resolvo assumir a situação e pego o telefone atendendo-o, percebo de logo de cara, o que parece ser uma grande confusão do outro lado da linha.
_ Alô, alô, ainda está me ouvindo? Tem alguém ai?
_ Alô, aqui é Frederick Belgrado, pode falar comigo? O que deseja?
_ Aqui é o segurança do serviço metroviário, liguei para informar de uma menina, ela está com os documentos e um cartão com esse telefone, a mulher anteriormente me informou que ela mora ai.
_ Mas o que aconteceu para estar ligando nesse número?
_ Ao que tudo indica, e o que as pessoas envolta me falaram é que essa menina sofreu um assalto e o assaltante a empurrou escada abaixo. Os socorristas estão atendendo-a agora.Agora entendo o motivo de Dona Maria ter ficado tão abalada, uma vez que até eu fiquei tocado pela situação da menina, que imagino ser uma das que ela comentou que trabalhavam no período da tarde.
_ Em que região se encontra essa estação de metro?
_ Estamos numa estação na zona sul.
_ Você poderia ver se posso falar com um dos socorristas?
_ Claro, vou tentar.... Alô, aqui quem fala é Antonio, socorrista do samu, com quem eu falo?
_ Aqui é Frederick, sou diretor do orfanato e gostaria de saber a situação da menina.Vejo Dona Maria me encarar de forma interrogativa pela minha mentira, mas fui sensato ao pensar que poderia não ser atendido por não possuir vínculo nenhum com ela.
_ Estavamos imolizando ela para leva-la a ambulância, o estado dela é bem instável, pois ela possui risco de traumatismo e de alguma lesão na coluna, como também em qualquer parte do corpo devido a queda da extensa escada. Mas só saberemos realmente quando ela atendida no hospital.
_ Você poderia me dizer se é possível levá-la ao Hospital San Patrick? A distância é muito grande ou oferece algum risco?
_ Na realidade, o San Patrick é o hospital mais próximo daqui. Mas ... o senhor tem certeza? Estou falando com um orfanato, não é?Consigo perceber o choque tanto em Dona Maria, quanto no socorrista, não me importo mas entendo, o San Patrick é um dos hospitais mais caros e renomados da cidade e é da minha família. Não faria isso usualmente, pois já ajudamos demais mas por algum motivo que não sei explicar me senti tocado pelo que aconteceu à menina.
_ Não acho que seu serviço seja me questionar, mas vou esclarecer, esse orfanato é mantido pela família Belgrado, que também é dona do hospital.
_ Tu... tudo bem, me desculpe senhor, estamos levando ela para lá agora.Só quando desligo o telefone, a real diretora do orfanato sai de seu choque.
_ Meu Deus, minha menina, minha Hope, o que aconteceu com ela? Como ela está? Vão leva-la para seu hospital? Não temos como pagar.
Ela vai falando tudo muito rápido devido seu nervosismo. E então Frederick intervém.
_ Calma, do hospital eu cuido, mas vamos para la e no caminho te explico melhor.
_ Tudo bem, vamos sim.Observo ela pegar sua bolsa e alguns documentos, ir avisar outro empregado do orfanato e logo estamos indo rumo ao hospital.
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Sob um novo olhar
Fiksi RemajaAnnabeth Hope é uma menina que cresceu em um orfanato, que mesmo que todas circunstâncias estivesse contra ela, pois desde cedo sofreu muito, filha de uma viciada, nao conheceu seu pai e sempre foi alvo das chacotas. Todavia, ela tornou-se uma garot...