9 - Reencontro

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PV Hope

   Um mês se passou desde que sai do hospital e vim morar na casa dos Belgrados, nesse tempo descobri que os dois filhos não mora mais aqui, mas Sophie vem muito visita-los, enquanto o outro filho não esteve aqui ao longo desse tempo que estou aqui.
   Muita coisa mudou nesse mês, me apeguei demais à essa família, e sinto que aqui é meu lar. Sei que não deveria me sentir assim, pois também sei que é temporário, afinal não me adotaram, devem apenas quer cuidar de mim enquanto é necessário. No começo tentei lutar contra esse sentimento, mas agora desisti e resolvi apenas abraça-lo e aproveitar o tempo que tenho.
   Há uns 15 dias recebi uma visita que aumentou ainda mais minha alegria, foi um de cheio de notícias inesperadas, lembro perfeitamente da felicidade e da surpresa.

Duas semanas atrás...

  Já é quase 15 horas e estou aqui na sala apreciando a vista do fundo da casa, gosto de ficar aqui para pensar e agradecer o sonho que estou vivendo, a casa hoje está mais silenciosa que o normal, já que tanto Eleonor e Oliver saíram hoje. Estou perdida em pensamentos, vendo o quanto a vida pode ser supreendente, de um roubo e acidente terrível, estou recebendo um presente incrível, melhor que tudo que já recebi, tenho recebido tanto amor, carinho.
   Por falar em carinho, sou tirada dos pensamentos por um abraço gostoso vindo de trás da cadeira.

  _ Sardentinha do meu coração, que saudade que tava de você.
  _ Sophie, também estava, apesar de só fazer uns três dias que não nos vemos. Esteve muito ocupada?  Teve muitos plantões?
  _ Estive muito mesmo, mas antes fosse com plantões, foi tudo por causa de reuniões e mais reuniões chatas. Mas deixa esse assunto pra la, vim te contar um notícia boa.
  _ Qual? Não faz suspense, sabe que fico curiosa.
  _ Calma, precisa entender que não é uma certeza, é apenas uma possibilidade.
  _ Tá, mas me conta o que é então?

   Sophie começa a rir da minha ansiedade.

_ Ta bom apressada, já faz uns 30 dias que sua perna está engessada e amanhã você tem um retorno.
 
Fico pensando, tentando entender onde ela quer chegar.

  _ Notícia boa? Espera, já vou ficar livre de gesso, sem coceiras, sem todo aquele plástico para tomar banho?
_ Calma, como eu disse é uma possibilidade e você não vai estar livre por completo. Se tudo der certo, você tirará o gesso e colocará a bota ortopédica.
  _ Entendo.
  _ Ei, meu amorzinho, não desanima não, sei que não é a liberdade completa, mas melhorar bastante, você já vai poder apoiar o pé no chão, começará a fisioterapia aos poucos e ai já poderá se livrar da cadeira pelo menos.
   _ Legal.

  Fico pensativa, olhando para fora e ao mesmo tempo para o nada, será que quando melhorar meu tempo aqui vai acabar.

  _ Imagino que deve estar passando muito coisa nessa sua cabecinha, mas posso garantir que quando for possível para você, nós vamos aproveitar aquela piscina la fora.
  _ Mas Sophie, não tava pensando nisso.
  _ Pode não estar agora, mas já vi outras vezes você admirando ela, e quem não é louco por uma piscina, porque eu sou.
  _ Deve ser bom, mas eu não sei nadar.
  _ Pode ficar tranquila que com o tempo a gente resolve isso. Mas enfim, só dei uma passada aqui para te ver, ainda estou muito ocupada hoje.
  _ Tchau, foi bom te ver.

   Sophie me deu um abraço e um beijo na testa, despidiu-se e foi embora. Estava de volta ao ambiente silencioso. Pouco depois, Dona Neide me chamou para o lanche da tarde. Estava no fim da refeição quando ela retorno para me avisar:

Sob um novo olharOnde histórias criam vida. Descubra agora