6 - Apadrinhada

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Pv Eleonor

  Percebo que ela está confusa ao ver meu rosto estranho e logo chamo Maria, sua reação é um misto de alegria, alívio e preocupação. Minha filha vai logo atrás afim de avaliar o estado da menina, então me afasto ainda muito encantada, fascinada e também preocupada.

  _ Minha menina, vai ficar tudo bem, fica tranquila querida.
  _ Eu sou a doutora Sophie, tenha calma e tente não se movimentar, você está com as costelas quebradas e pode causar um grande incômodo. Você se lembra dessa mulher ao seu lado, lembra-se de seu nome?
  _ Si..im.

Sua voz sai muito fraca e falhada.

  _ Certo, tenha calma ao falar, isso é normal. Está sentindo muito dor?
 
Ela apenas acena com a cabeça.

  _ Vou pedir para enfermeira aplicar um remédio para dor. E vou fazer algo testes enquanto isso.

  Sophie chama a enfermeira e vai fazendo seus testes, no fim atesta que ela não tem nenhuma sequela cerebral. E que os outros ferimentos iriam se curando com o tempo.
  Após todo o processo, minha filha se despedi, pedi licença e sai do quarto. Já Annabeth, agora começa reparar na minha presença e no local onde está.

  _ Me des..culpa a pergunta, mas quem é você e onde exatamente eu estou?
 
  Aos poucos sua voz vai se firmando e eu vou me aproximando.

  _ Eu sou Eleonor Belgrado e você está no hospital Saint Patrick.
  _ O Saint Patrick, aquele famoso? Mas como? Não tenho dinheiro.
  _ Sim, esse mesmo. Mas fique tranquila, não tem que se preocupar quanto a isso, meu filho já cuidou de tudo. Seu único foco deve ser se recuperar.
  _ Muito obrigada então.
  _ Por nada, querida.

   Eu não resisto e fico fazendo carinho nela, que demonstra gostar e não reclama gora nenhuma. Após um tempo o remédio para dor parece fazer efeito e ela vai caindo no sono novamente, então aproveito esse tempo para conversar com Maria sobre a menina.

  _ Maria, eu ainda não entendo, como nunca vi essa menina no orfanato em minhas visitas. Ela está la desde q nasceu mesmo?
  _ Não me surpreende que você nunca tenha a visto, na época em que ela chegou foi na mesma época que você ficou afastada por alguns problemas pessoais.
  _ Sim, me lembro exatamente dessa época, não tinha nem tempo, nem cabeça. Fiquei um bom tempo sem ir no orfanato, mas o que não entendo é depois, como não a vi?
  _ Hope é uma menina maravilhosa, mas sempre foi meio afastada das outras crianças. Por mais que tentamos controlar, crianças podem ser muito maldosa, sem ao menos saber que estão sendo. E com Hope foi  assim, elas sempre pegavam no pé dela por causa dos olhos e ainda tinha o problema da asma, que a impedia de participar de certas brincadeiras.
  _ É uma pena que ela teve que passar por isso, sempre ensinei meu filho que isso não o tornava estranho, mas sim especial.
  _ Com certeza, ela é uma menina muito especial, sempre foi educada, inteligente, além de ter o coração imenso. Quando aconteceu o acidente, ela estava a caminho do asilo no qual trabalha, você tem que ver o carinho e paciência que ela tem de fazer companhia à eles.

   Ficamos conversando por um longo tempo, e a cada nova descoberta ficava mais encantada com a menina, até que tomei um decisão. Me despedi de Maria, e fui ao encontro do motorista da família que me esperava.

  _ Olá querido, tudo bem?
  _ Tudo bem e a senhora? Para casa ou deseja ir à outro lugar?
  _ Estaria melhor se parasse de chamar de senhora, sei que não sou mais uma adolescente, mas não precisa me lembrar disso.
  _ Me desculpe sen... Dona Eleonor.
  _ Para o escritório Mansur.

Sob um novo olharOnde histórias criam vida. Descubra agora