Annabeth Hope é uma menina que cresceu em um orfanato, que mesmo que todas circunstâncias estivesse contra ela, pois desde cedo sofreu muito, filha de uma viciada, nao conheceu seu pai e sempre foi alvo das chacotas. Todavia, ela tornou-se uma garot...
Já estou no hospital faz uma semana, esses dias tem sido os mais... , bem, eu não sei como descreve-los. Tem sido dias difíceis afinal sinto muitas dores nas costelas, qualquer respiração errada, mais profunda me causa dor, e apesar da doutora Sophie ser um amor comigo, ela não me deixa tomar muitos remédios,visto o histórico duvidoso de minha mãe. Tive uma crise de asma aqui e foi um dos piores dias, eu não conseguia respirar e minha bombinha não estava perto, então só me restou chamar a enfermeira e espera-la, o que pareceu uma eternidade, após a inalação do remédio tive uma crise de tosse severa, e em consequência uma dor na qual achei que não ia aguentar. Depois disso passei por uma avaliação com um especialista, que diagnosticou que minha asma evoluiu de grau 2 para 3, numa escala de 1 a 4, agora além da bombinha, estou tomando uma medicação diária por um tempo indefinido. Mas tem sido dias maravilhosos, nunca me senti tão especial em toda minha vida, Dona Maria vem sempre que pode e estar sendo mais atenciosa. Além disso, acho que fiz uma amiga, a doutora Sophie, sempre vem aqui para além da avaliação médica, ela dedica tempo, conversa comigo, me leva para passear no hospital, mesmo que seja de cadeira de rodas, o que seria impossível de outra maneira, já que estou com uma perna engessada até acima do joelho, um punho imobilizado por causa de uma luxação e umas costelas quebradas, mas devo dizer que já é libertador apenas sair do quarto. Mas a melhor parte do dia, é a visita da don... ops Eleonor, ela não gosta muito de ser chamada de dona ou senhora, ela vem todos os dias me ver, ela me disse que se sentiu encantada comigo e lembro os seus filhos, ela me traz livros para ler e também lê comigo, me conta histórias antigas e lembranças, nós vemos filmes, conversamos. Enfim, é a melhor parte do meu dia, tento não me apegar, afinal uma hora ela vai se cansar e me abandonar como todos, mas com ela estou falhando miseravelmente, já a vejo como avó, ao melhor mãe, ela me mata se descobri que falei vó, e vai dizer que é muito nova para isso. Ontem ela me falou que hoje eu teria uma supresa e também uma resposta para dar, estou desde então tentando pensar o que poderia ser, mas não consigo imaginar. Sou tirada dos meus pensamentos por mãe e filha adentrando meu quarto e la vem a doutora com o apelido carinhoso que me deu, o que bem irônico e estranho, visto que já foi muito zuada pelo mesmo motivo.
_ Oi sardentinha do meu coração, como está se sentido? Algum problema para respirar, dores, tontura ou algum outro incômodo. _ Muito bem, na medida do possível. _ Eu quero a verdade, não me esconda as coisas, além de sua amiga, sou sua médica também. _ Só estou com um pouco de dor de cabeça, e a mesma dor chata nas costelas. _ Qual o grau da dor de cabeça? Está muito forte? _ Não, é bem suportável também. _ Quanto as costelas vai demorar um tempo até melhorar completamente, leva de 30 a 90 dias para se curar. Mas no seu caso, que é jovem e saudável, provável que não leve o tempo máximo, melhorará antes. _ Que ótimo então, e quanto tempo vou ficar com a perna assim? _ O previsto é 45 dias, mas pode ser mais.
Depois disso fiquei calada pensando como isso vai demorar e como vou conseguir me virar sozinha, afinal ninguém no orfanato tem tempo para me ajudar exclusivamente. Deixo essas preocupações de lado quando vejo Eleonor se aproximando.
_ Oi Hope, como passou o dia de ontem? _ Entediada, cansada de ficar na mesma posição. Mas foi tudo bem. _ Me desculpe sardinha, mas ontem estava ocupada. _ Ecaa.. sardinha não, apelido de peixe enlatado é demais.
Falei, arrancando risos de todas.
_ Dona Eleonor, eu também estou muito curiosa, ontem você me disse qu tinha uma notícia para me dar. _ Primeiro, nada de dona, meu bem. E segundo, tenho sim, na verdade é mais uma pergunta importante, tanto que nãoprecisa me dar a resposta imediatamente. Ta ok? _ Nossa, agora to preocupada e com medo. Conta logo, por favor. _ Não precisa querida, bem, não sei por onde começar. _ Pelo começo mãe? _ Fique queita Sophie Belgrado. _ Credo, não ta mais aqui quem falou. _ Voltando ao assunto, Hope querida, daqui mais uma semana provavelmente você vai ser liberadado hospital. E desde que coloquei meus olhos em você, senti um carinho e uma conexão sem igual, então conversei com o advogado e queria saber se quer ficar comigo por um tempo? _ Eu não sei se estou entendendo direito. Você quer me adotar? _ Por enquanto não querida, de início quero te apadrinhar. Quero que fique comigo para se recuperar melhor, quero te dar novas oportunidades, como uma escola melhor. _ Isso é sério? _ Claro querida, vou te deixar pensar e você me responde quando estiver preparada. _ Eu quero. _ Tem certeza. _ Sim, eu tenho.
Por mais nervosa e com medo que eu esteja, eu quero isso, quero me sentir parte de algo, e essas pessoas nesse pouco tempo tem me feito sentir.
Uma semana depois..
Mais uma semana se passou e hoje vou sair do hospital, tem passado um misto de sentimentos no meu peito, estou ansiosa para viver com uma família, nervosa para conhecer o marido e o filho de Eleonor, com medo de não gostarem de mim. Vou para casa de dona Eleonor, mas tenho que ficar de repouso por mais um tempo, ainda não posso forçar as costelas para andar com as muletas, então por enquanto me resta apenas a cadeira. Mas nada disso é capaz de diminuir a felicidade de viver em uma casa normal. E ainda tem uma escola nova, que vai demorar uns meses, afinal estamos no final do ano letivo, em novembro, e graças as minhas excelentes notas, não vou precisar retornar a escola esse ano. Está no final do dia quando saimos do hospital, Sophie fez questão de estar comigo quando fosse embora. Estou distraída olhando a janela quando Dona Eleonor entra no quarto com uma enfermeira e uma cadeira.
_ Hora de ir querida, está pronta.
Apenas concordei, estou nervosa demais para falar, já na entrada vejo um carro grande, alto e que parece muito caro, na verdade tenho até medo de entrar e sujar ou estragar algo.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
_ Querida, esse é Alberto, ele é o motorista da família, e se você quiser ou precisar de ir a algum lugar, é com ele que você deve falar, tudo bem? E Alberto, essa é Annabeth. _ Senhorita Annabeth, com licença.
Ele olhou para Eleonor em busca de aprovação e depois me pegou para me colocar confortavelmente no carro.
_ Pode me chamar de Hope.
Depois de um tempo chegamos a uma casa linda, e acabo de ter certeza que eles são pessoas muito ricas, tenho medo de não saber me comportar e decepciona-los. Sophie parece perceber meu nervosismo e pega na minha mão.
_ Ta tudo bem? Parece estar nervosa. _ Estou um pouco. _ Não tem motivos para isso querida.
Ela me abraçou e desceu do carro, logo depois Alberto me ajudou a sair e foi guiando a cadeira para dentro da casa. A cada cômodo, cada pedaço fico mais encantada, mas quando chego a uma sala que parece ser a principal vejo um homem, que parece estar na casa dos 60, tão alto, sério e imponente que me faz sentir que estou invadindo e não sou bem vinda, então prefiro abaixar a cabeça e fica admirando o tapete.
_ Pai, tira essa carranca do rosto, está assustando a menina. _ Meu bem, essa é Annabeth e Hope querida, esse é meu marido Oliver. _ Seja bem vinda
Ele é duro e seco, fico ainda mais desconfortável, mas a curiosidade me vence e começo a levantar minha cabeça para vê-lo. Mas para minha surpresa, vejo sua expressão mudar de sério para espanto e curiosidade.