Kall sentiu seu corpo todo dolorido ao abrir os olhos. Diante de si viu ela, a última ceifeiro de Hades em forma de um garotinha loira e risonha sentada ao seu lado.
Resmungou ao se sentar no chão carbonizado enquanto ela se apoiava da foice imensa e rolava os olhos:
— Não vou fazer a pergunta óbvia, mas quero saber o que vai fazer agora com o museu mortinho.
Kall estreitou os olhos, o que ela queria dizer com aquilo?
— Não me olhe assim, meu irmão – E ela deu de ombros o que era um trejeito dela desde sempre e lhe fez sorrir, ainda que não quisesse, maldita moleca! – O deus das vacas está nesse exato segundo acordando a Rubrub, esperando mais meia hora e não haveria necessidade de ter matado o museu. Enfim, vim te buscar, é melhor sairmos da linha de fogo.
— Krishna...?
— Não me pergunte, nossa irmã tem mais influência entre o céu e a terra do que julga nossa vã consciência, Eurípedes, coitada estava contando dessa vez que nem por milagre ela ia voltar, mas né, acho que Rubrub imaginou todos os milhões de futuros possíveis e eu juro de dedinho que a Laine dessa vez estava um docinho de coco. Quase chata mesmo.
— Anguardia, você não muda.
Resmungou finalmente se esticando todo e olhando para o céu, graças aos originais que sua irmã ia despertar, aquela coisa de heroísmo não era com ele. Então uma sombra cruzou os céus e ele estreitou os olhos.
Não era possível... Era?
A sombra pousou imensa, dourada e brilhante alguns metros a frente e ele viu claramente só não a mãe dessa encarnação de Rubiath, como a bruxa do vento mais poderosa e ele... Waltermark, seu primo Baek.
Ele saltou do dragão e veio para si o abraçando forte e quase quebrando seus ossos no caminho. Droga!
— Kall!
— Me solte.
Rosnou baixo e enquanto Ceif ria. Baek se voltou para ela e claro, como um deles podia vê-la também.
— Senti saudades, criança.
— Eu estava adulta da outra vez, Baekie... – Ela disse chorosa, mas pulou nos braços do unicórnio e logo ambos riam.
— Não querendo estragar esse encontro meloso de gente morta, viva e semimorta, mas temos que ir.
A mãe da Laine disse cínica e ele sorriu. Gostava dela.
A bruxa do vento, no entanto, saltou do dragão e foi até o outro, agora em corpo humano e cheio de cortes profundos e olhos abertos, mortos.
— Sheik...
— Você o conhecia?
Kall se viu perguntando quase que involuntariamente, ela assentiu:
— Era amigo da minha prima, ele ia de vez em quando ao templo. Onde está a Ell e as crianças?
— Sofhie as levou.
A bruxa ergueu os olhos para si e ele se viu mergulhando nos olhos dela como um imbecil... Espera...
Deu um passo para trás quase que imperceptível, desviou os olhos e sacudiu a cabeça. Estava ficando louco?
— As bonecas acabaram? Podemos ir?
— Tia Rosa, não podemos deixar o corpo dele aqui! Temos de levá-lo!
— Nunca Mia, deixe aí, sem peso extra literalmente morto, vamos logo. E você druida, ande que sei que está fraco para chegar lá de outra forma, você está vivo e é útil.
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Lycan
FantasyEla era uma mulher a beira da morte, ao menos era o que pensava, até ser sequestrada por um estranho obscuro, jogada em uma cova e enterrada viva. Mas não era a morte que a esperava e sim a verdade que uma raça inteira buscava entender. Ela era a ch...