Honra

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'Não confio em um filho da noite, nós não temos honra, Junmyeon...'

Junm olhou para o fogo da lareira da cabana e suspirou. Aquele futuro passado que não aconteceu, ainda lhe queimava a alma. Meandra não sabia a extensão de tudo aquilo e ainda assim ela tinha uma sensibilidade maior que a sua. E Laine ter conseguido finalmente parar o fim do mundo de 2024, tinha feito o que eles viram naquele futuro perdido ainda mais real e só agora se dava conta daquilo.

'As vozes te disseram não foi, nossos ancestrais te contaram a sina de nosso futuro...'

'Eu vivo o presente Junmyeon, deveria fazer o mesmo. Eu fui feliz com meus maridos por maravilhosos dezessete anos, você teve mais tempo com seu curandeiro do que eu e com os Kim. Sinta-se feliz e abençoado, como eu me sinto, não podemos ter tudo no mundo, existe o equilíbrio e nós somos anomalias nesse equilíbrio. Você deve aceitar, fica mais fácil lidar com o futuro assim... Seja grato pelo o que tem, pois logo isso será tirado de você. Como você mesmo disse, as vozes nos disseram que destino nos aguarda. Mas devemos fazer o caminho da melhor forma, eu estou fazendo isso, tentando mudar o que consigo e aceitando o que não pode ser mudado'

Ele nunca aceitou o que não podia ser mudado...

— Meandra, esse destino finalmente chegou e eu não posso fazer nada... Por favor, fuja!

Disse baixinho fechando os olhos e focalizando na filha da noite que agora estava tão longe de si e tão perto, nessa realidade não tinham rixa alguma, e por isso nunca conseguiu se aproximar demais dela e, contudo, ainda gostava da mulher quase como uma irmã.

Todos os filhos da noite tinham a mesma ligação. A mesma sina...

Ela estava em perigo... E ele não aceitava aquele destino. Em outro futuro esquecido ele morreu cumprindo sua sina, mas nesse... Nesse era ela quem corria risco.

— Meandra...

Ela tinha que o ouvir, por favor...

— Amor, o que está fazendo?

Seu curandeiro cobriu seus ombros com as mãos quentes e Junm sorriu quase amargurado. O que fazer? O que fazer...? Não a alcançaria a tempo, nunca!

— Nada demais, amor, só rezando, apenas rezando...



— Merripen, Merripen?

Suho a chamava e Meandra atravessou o salão real ignorando o olhar irônico do rei sobre si, um olhar que ela conhecia bem, do tipo "alfas infernais" que ela riria em outra situação, mas não hoje, hoje sentia um nervoso inexplicável. Seus sonhos mostravam coisas estranhas, pessoas perturbadoras, e seus instintos lhe diziam para fugir, algo que nunca faria, ainda mais não sabendo o que estava acontecendo de fato.

Já tinha muito na cabeça para lidar, seus maridos andavam mais possessivos do que o racional e seus filhos mais geniosos...

Entrou na sala paralela do salão real e suspirou. Suho estava todo tenso e logo que a viu se transformou em Suho.2.

— Fêmea, monte em mim, vamos sair daqui agora.

— Hein?

Meandra olhou nos olhos do alfa dos alfas e arrepios percorreram seu corpo, o que ele estava pensando...

— O que...?

— AGORA!

Suho.2 avançou sobre ela que tomou um susto quando o lobo imenso saltou sobre si e rosnou. Meandra se virou assustada – Confessava – E viu seus dois filhos, Tao e Luhan de pé diante dela, a olhando vidrados. O alfa ficou entre eles e ela.

LycanOnde histórias criam vida. Descubra agora