Recomeço

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  Anúbis voltava para o salão quando ela lhe apareceu. Ela, em forma brilhante da deusa da morte e nada precisou ser dito, ele sabia... Era seu destino ao final.

— Quando for para seu lar e sei que vai em breve, plante essa semente. Ela tem um pouco da minha alma dentro.

A fêmea mais corajosa que já conheceu em toda a sua existência, soprou suave e ele abriu a palma da mão para ver uma pequena sementinha branca.

— Rubiath...

— Seja feliz, meu senhor. Realize seu desejo, dê um lar a Helena e as cinco humanas que estão aqui com você. Eu as abençoou.

Ela lhe sorriu e desapareceu com o sopro de uma brisa sobrenatural.

Ele caiu em um joelho ofegante.

Ela tinha ido... Ido de vez, antes que ele.

Adeus, minha amiga...



Jaihara tombou arfando e voltando ao seu corpo humano. Aos seus pés, vários lobos jaziam mortos ou feridos e aquela mulher do chicote, que lhe sorriu apesar das feridas profundas em seu corpo, se erguia resistente.

Elas tinham lutado com mais de trinta lobos insanos. E então eles simplesmente pararam quando uma luz cegante varreu tudo até onde sua vista alcançava.

— Nelai.

Uma voz suave soou atrás de si e Jai se virou, para ver uma mulher que estava flutuando acima do chão. A mulher do chicote lembrava muito essa outra estranha.

— Dê suas ordens, deusa.

— Pegue as espadas ao pé do tumulo de Viviane e leve-as para Altraran, A rainha de Sácaros espera por elas. Anúbis te ajudará com a travessia – Então se voltou para lhe olhar - Sei como dói perder alguém amado, Jaihara, mas esse mundo precisa de você, é a mãe dos lycans futuros e toda loba que nascer de você, será uma lycan fértil que trará ao mundo fêmeas férteis. Recomece essa raça, faça-a valorosa, traga a era de ouro do grande alfa dos alfas Yixing de volta. Eu a abençoou - Então a mulher estranha soprou e um pequeno trevo verde de quatro folhas surgiu em sua mão – Boa sorte.

Ela desapareceu levada pelo vento e Jaihara sentiu o coração quentinho apesar da confusão do que se passava.

Quem era aquela mulher!?

— Ela é a deusa dos ômegas, fêmea alfa, ela é o início, o meio e o fim. A morte primitiva e a mulher mais forte que um dia já pisou nesse mundo. Ela sou eu, ela é todas nós, mãe de Eva e o amor materno – Então a mulher tocou em seu ombro e lhe sorriu divertida – E ela te deu um conselho, acate-o. Nosso caminho se separa aqui, boa sorte.

Jai viu a guerreira se afastar e olhou para o trevo em sua mão.

— A deusa dos ômegas... soa tão amável...

"Eu a abençoou..."

A voz dela voltou aos seus ouvidos. Jai sorriu. Sim, era mesmo uma deusa, afinal...



Lay olhava nervoso para o horizonte. Quando a luz cegante rasgou o horizonte, ele sentiu... Sua garota, sua bruxa querida... Sua menina estava partindo.

Mas o que ele podia fazer, era apenas um curandeiro... Um simples lobo curandeiro. E ela era a deusa da morte.

Se ao menos tivesse cuidado dela direito...

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