Necessidade

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  Jai tentou, porém não conseguiu guardar de cabeça o caminho de volta, eram muitos corredores e salas e portas. Por fim entrou no quarto onde acordou enquanto o loiro de sorriso retangular ficou na porta, como se não pudesse entrar no ambiente.

Gente louca...

— Bom, logo o Chan volta, espero que descanse e...

— Me empresta o celular? – Perguntou de supetão antes que perdesse a chance, tinha que ligar para as irmãs, tinha que ao menos ganhar tempo. Sabia que foi levada para lá sem nenhum documento e com a neve de fora tinha mesmo certeza que estava bem longe de casa.

Fugir de qualquer jeito não era opção, seria burrice e ela tinha muitos defeitos, mas burra não era.

Ele oscilou e ela resolveu recorrer ao seu lado mocinha desesperada, algo que evitava até a morte, uma pessoa que sabe que vai morrer, choramingar não é opção também, mas situações desesperadas precisavam de ações desesperadas.

— Por favor, minhas irmãs estavam me esperando, elas devem estar doentes de preocupação, eu sou tudo o que elas têm... Por favor.

Pelo menos as palavras eram verdadeiras.

E ele assentiu lhe estendo o aparelho que carregava no bolso, ainda assim não pôs o pé para dentro. Jai foi até ele e pegou o celular estranhando a coisa toda:

— Porque está na porta?

— Eu não posso entrar em um quarto da ala das mulheres, homens só podem ir até o corredor. São as regras, o único que pode entrar em um quarto feminino dessa ala é o rei, ou consortes.

Jai achou aquilo ainda mais insano... Lógico que sabia que estava em um hospício. Tudo aquilo que ouvira desde que acordou não fazia o menor sentido, nenhum, mas sabia que era real. Não tinha criatividade para bolar algo nem remotamente parecido em sonhos.

Jai discou usando o código internacional e deu certo, vindo a confirmar que estava mesmo fora do país. Sua irmã mais nova atendeu no terceiro toque.

— Sim?

— Sou eu, meu anjo.

— Jai!

Ela deu as costas ao cara e se afastou dele o máximo que pode, sabendo que ele não ia deixá-la sozinha para falar em privado.

— Sim meu anjo, sou eu, olha, diga para as meninas que eu vou atrasar um pouco, talvez alguns dias 'tá? Surgiu um imprevisto.

— Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhh que pena, Jai! Poxa!

— É que é mesmo importante, meu bem, diga as meninas 'tá, eu vou assim que eu resolver aqui, prometo!

— 'Tá bem, eu digo, pode deixar!

— Ótimo, agora eu tenho que desligar, te amo!

— Também te amo, Jaijai!

Jaihara queria falar mais, porém sabia que não deveria, por isso desligou com o coração na mão e voltou a entregar o celular para o loiro da porta. Ele a encarou sério:

— Não se preocupe com elas, se existe algo entre os Ryven é fidelidade a família, Chan vai proteger suas irmãs, a família toda vai. Provavelmente elas virão morar no palácio.

— Palácio, rei, altezas... Eu achei que a Rússia era presidencialista.

— Não está no palácio do líder humano da Rússia – Ele respondeu sorrindo de canto – Este é o palácio do rei dos vampiros, do meu padrasto, o rei Ryven.

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