Amor

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Inicio da Era comum, vinte D.C


Amora caia no mar turbulento e seu corpo era envolto por inúmeros braços escorregadios... A água entrava em seus pulmões e a sufocava, sufocava... E então afundava cada vez mais profundo, atravessando a barreira do que era humano e do que era o reino dos aquáticos.

Quando se deu por conta estava de pé diante de um templo belo e elegante. Um tritão a encarava sério segurando um longo tridente de ouro. Sua pele dourada, cauda esverdeada e cabelos longos de um vermelho vivo era tão lindo que por alguns segundos a deixou sem palavras ou reação. Os olhos multicoloridos estavam focados nela que pisava quase que suavemente no fundo daquele templo envolta de mar, mas respirando.

— Seja bem-vinda, bruxa do espírito. Espero que esteja preparada para as guerras intermináveis. Eu serei seu treinador até que Olokun, nosso senhor e mestre, nos convoque.

— Você é um semideus? Mas... Mas as sereias...?

— Elas vão saber se você falhar, não se preocupe, estamos ainda mais profundo do que a região que elas habitam, tem mil anos de trabalho nas profundezas, fêmea. Haverá tempo para provar seu valor e se é digna do povo do mar. Lembre-se, somos dois terços desse mundo, a superfície é muito arrogante se achando dona do mundo. Mas você sabe melhor...

E ele sorriu de canto, Amora suspirou:

— Peço perdão por eles, ainda estamos longe de sermos um povo digno.

Ele assentiu e nadou até ela colocando a mão direita e livre no peito.

— Me chamo Abillona, sou a mão direita do deus dos mares profundos, Olokun e serei seu guia no oceano. Te ensinarei as línguas, os costumes, e a localização de todas as colônias dos aquáticos de água salgada em Tiamat. Se no fim do seu tempo entre nós, for digna de erguer um tridente, você poderá voltar para o seu macho.

Amora assentiu e olhou para suas pernas, não ia ser de muita ajuda assim e...

Tomou um pequeno susto ao ver suas pernas mudarem para uma imensa e bonita cauda púrpura. Ergueu os olhos e viu o tridente apontado para si e o semideus com olhos meio divertidos:

— Meu mestre não ia deixá-la sem recursos, é claro. Mas adquirir uma cauda pelo poder de Olokun, requer perder magia, então o que podia na superfície, não pode submersa, espero que esteja disposta a sacrifícios, bruxa. Vão haver inúmeros pelos próximos anos.

Amora sorriu e aceitou o desafio:

— Algo sobre mim, semideus. Eu não temo nada nem ninguém.

Ela devolveu o cumprimento com a mão direita sobre o peito – Era um costume antigo dos povos do mar que tinha pesquisado sobre - e ele voltou a erguer o tridente.

— Ótimo, bem vida as profundezas, futura rainha da superfície. Vamos ver se sobrevive em meu mundo...



Tempo atual


Jaihara ficou algum tempo olhando para aquele homem sem conseguir dizer nada. Tudo aquilo fazia parte da realidade, de verdade?

— Eu tenho genética de loba, é isso?

Perguntou só para tirar toda as últimas duvidas, ele assentiu:

— Sim.

— E você é um vampiro...?

— Um vampiro e Ryven, de linhagem pura. Os vampiros têm subcastas como os encantados. Temos os filhos do sangue, são os mais frios e fortes, os vampiros puros, os meio vampiros e os transformados. Transformados, como o mesmo nome já diz, foram transformados, eram humanos antes e o processo é difícil, com alta taxa de mortalidade e só fazemos em extrema necessidade. Eles são os mais frágeis e sofrem mais com as alterações genéticas bruscas.

LycanOnde histórias criam vida. Descubra agora