Sua cabeça latejava horrivelmente quando finalmente conseguiu abrir os olhos.
Seu primeiro choque foi se ver deitada em um divã em S imenso de veludo negro dentro de um quarto com decoração gótica. Suas roupas ainda estavam sujas de terra e sentia seu cabelo grudar na cabeça. Se sentia horrível e medonha e pela primeira vez sentia vontade de algo, vontade de verdade mesmo...
Socar o filho da mãe que a jogou naquele buraco!
Então lembrou que o armário de casaco com o sorriso ofuscante a tirou de lá e lembrou também do idiota com o pescoço quebrado e sorriu internamente, esperava que ele tivesse mesmo sido quebrado ao meio, desgraçado!
Se ergueu e olhou melhor para si mesma, parecia que tinha saído de uma lata de lixo medonha... Onde estava? Precisava ligar para as irmãs, precisa fazer algo...!
E então a porta se abriu e por ela passou uma mulher elegante de cabeços ruivos e sorriso discreto. A pele da mulher era alva, porém o que mais lhe chamou a atenção foi o vestido rosado em modelo grego que sempre quis usar também, amava moda, amava modelos etéreos... E aquele era um Dior exclusivo.
— Gostou?
A mulher perguntou parando a sua frente e apontando para o próprio vestido com um sorriso mais divertido, Jaihara acabou assentindo vencida:
— Sinceramente Dior é meu sonho de consumo, mas esse modelo nem foi para o desfile de verão, eu soube. Só foi confeccionado duas peças.
— Você entende de alta costura?
A mulher agora parecia surpresa e Jaihara acabou dando de ombros:
— Gosto de coisas bonitas... – E de repente se deu conta do que dizia, realmente nunca tinha parado para pensar que gostava de comprar algumas coisas porque elas eram bonitas... Geralmente era tão apática, tão sem ligar para o próprio corpo, gostava de presentear as irmãs, porém nunca pensou que ia a desfiles não só para acompanhar aqueles velhos, mas porque gostava de fato... – Eu gosto de coisas bonitas.
Repetiu surpresa consigo mesma. Então uma mão tocou seu ombro de maneira suave:
— Então veio para a família certa, Monchéri - A mulher bateu palmas e duas outras mulheres entraram no quarto vindo para ela com as mãos cheias – Elas vão ajudá-la a se banhar, trocar e se sentir melhor, eu vou esperá-la aqui, meu nome é Walkiria. Mãe do homem que te tirou daquela cova.
Jai arregalou os olhos, mas não pode ao menos nem concatenar as ideias porque foi levada para fora do quarto e para um cômodo no fim do corredor que dava para uma casa de banho clássica. Oi?
Só tinha visto algo assim em desenhos históricos ou filmes que repassavam sobre o tema, contudo ali era uma mistura de antigo e novo, havia as piscinas termais, assim como banheiras modernas e chuveiro individual. Era como um imenso vestiário feminino com cara de casa de banho grega helênica...
Estava sonhando? Estava drogada? Estava morta?
Contudo não pode fazer pergunta alguma já que foi levada para o chuveiro e despida por mãos habilidosas. Nunca foi despida por outro alguém na vida que não fosse para usarem do seu corpo, contudo ali ela foi deixada diante do chuveiro e uma das mulheres apontou para a cabine a incentivando a abrir a ducha quadrada moderna.
Por fim fez o que também queria, tomou um longo banho delicioso que só podia ser real, já que não era criativa para inventar tal prazer.
Quando voltou ao quarto vestida em um roupão longo tão fofinho que mais parecia um cobertor viu sobre a cama outro vestido Dior só que da coleção passada e ofegou...

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Lycan
FantasíaEla era uma mulher a beira da morte, ao menos era o que pensava, até ser sequestrada por um estranho obscuro, jogada em uma cova e enterrada viva. Mas não era a morte que a esperava e sim a verdade que uma raça inteira buscava entender. Ela era a ch...