Capítulo 7 - O funeral

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Ao chegarem em casa, são recebidos por uma das irmãs de Rita, Roberta.

— Como você cresceu Samuel!

— É. Como vai tia Roberta?

— Vou levando...

— Olha como o Samuel está bonito! – disse a tia Rute, vindo de dentro da casa.

— O que foi isso na perna menino?

— Eu fui atropelado.

— Logo você vai estar bem. É jovem. – disse Roberta, a enfeira.

Rute falou:

— Ritinha que coisa mais triste. Eu fiquei arrasada quando soube... – a abraça.

— É menina. Aconteceu e me pegou de surpresa.

— Eu nem consigo imaginar a dor que você está passando.

— Eu não desejo isso para ninguém!

— O João era tão cheio de vida...

Rita não queria que eles saíssem atrasados, então mandou ao seu filho:

— Vá tomar logo seu banho menino!

— Tchau tia Roberta.

Ao passar pelo corredor, Samuel escutou sua tia Rafaela dizer:

— Nem fala mais com a tia, Samuel?

— Me desculpe titia. Não tinha te visto.

— Venha aqui na cozinha. Quero que você prove e me diga se está bom o caldo de sururu que estou preparando!

— Tá bem.

***

Depois de almoçarem, todos saem para o funeral, na Quinta dos Lázaros. A avó, Miralva, comenta:

— Só assim pra nos reunirmos todo mundo é? Vocês nunca mais me visitaram!

Roberta responde:

— É que estamos morando muito longe mamãe!

Rute se justifica:

— Eu ando trabalhando muito!

Rafaela, a caçula, responde:

— Só faço viajar por causa do trabalho, mãe.

— Nem no natal consigo ver todos os meus filhos com meus netos. Desse jeito eles vão crescer e eu nem vou reconhecer mais! – dramatiza como só as pessoas de idade sabem fazer.

Uma buzina do lado de fora interrompe a conversa. É Tarcísio chamando para que alguém abra o portão automático do beco para ele. As crianças correm até lá com o controle e abrem para ele e Clara, que está no banco do passageiro.


Rita estava bem, até olhar para seu marido e perder o controle de seus sentimentos. Ela corre ao seu encontro, gritando com a voz do seu luto. Eles e Clara dão-se um abraço apertado e ouvem o pesar da mãe, em silêncio. Não conseguem resistir por muito tempo e também se entregam ao choro, mesmo que mais discreto.

Depois que todos almoçam e fofocam da vida de todo mundo, Rubens chama:

— Bem. Vamos indo pessoal.

Rita chora silenciosamente e soluça bastante, daí sua mãe segura em seu ombro.

— Seja forte. Estamos todos aqui com você!

Laços mais fortes que o tempoOnde histórias criam vida. Descubra agora