três

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Mariana não fazia ideia de como seguir em frente. Seu namorado era a única pessoa que ainda estava com ela.

Seus pais eram de outro estado, no trabalho não tem amigos, e os vizinhos não pareciam muito amistosos.

Mas um, em especial, sempre chamava sua atenção.

Era um garoto da sua idade, mais ou menos, que sempre a cumprimentava com pequeno sorriso e um aceno de cabeça, quando se encontravam pelo edifício. Os dois eram tímidos demais para perguntarem o nome um do outro.

O seu andar era o sexto dos onze totais do prédio, e de longe não era o melhor.

À esquerda, no apartamento 61, morava uma senhora de pouco mais de cinquenta anos, com ascendência portuguesa, que nunca lhe dava ao menos um bom dia. Mariana sabia que sua cara não era a melhor e mais receptiva quando saía de casa, mas nem com o morador mais simpático do edifício a senhora se dava o luxo de dirigir o olhar.

À direita, o apartamento 63 era ocupado por uma mulher de meia idade, que parecia uma contadora ou advogada, já que sempre usava trajes sociais e sempre parecia apressada. Quase nunca estava em casa, mas quando cruzava com alguém no corredor ou elevador, era bastante simpática.

E, por fim, à frente de seu apartamento, no 64, morava o loiro tímido.

Ele parecia ser uma boa pessoa, pra Mariana. Gostaria de saber mais sobre o garoto.

Será que um dia ela seria capaz de perguntá-lo ao menos seu nome?

LIGHT | rafael langeOnde histórias criam vida. Descubra agora