LIGHT | rafael lange

dez

rafa

Por algum motivo, o sorriso de Mariana não saiu da minha cabeça o dia todo.

Apesar de sempre ser tímida, ela parece ser o tipo de pessoa que vê o mundo da forma mais positiva possível.

Sempre tive a curiosidade de saber seu nome e de me aproximar mais dela, já que, aparentemente, somos os únicos na faixa dos vinte anos que residem nesse prédio.

Perto das seis da tarde, ouvi alguns barulhos na minha porta, do nada.

Assim que abri a porta, Mariana caiu em meus braços. Ela estava desacordada e cheia de sangue nos braços e pernas.

Eu fiquei estático, por alguns segundos. Não sabia o que tinha acontecido com ela, porque ela me procurou e muito menos o que fazer naquele momento.

Parei pra raciocinar um pouco, e, logicamente, o mais certo e óbvio a se fazer era levá-la até um hospital.

Levantei seu corpo inconsciente, colocando um de seus braços em meu ombro. Peguei carteira e chaves, tranquei a porta, e, quando quase ia saindo, vi que a porta do apartamento de Mariana estava aberta.

Meio desengonçado pelo peso que estava carregando, consegui pegar a chave do apartamento da garota, que estava no lado de dentro da porta, e tranquei a mesma.

Chamei o elevador, que felizmente não demorou a chegar. Minhas costas já estavam miseráveis.

Coloquei rapidamente a loira no banco do passageiro, e consegui passar nela o cinto de segurança também. Liguei o carro e saí em alta velocidade até o hospital mais próximo.

No caminho, me passaram alguns flashes na cabeça. Minha memória fotográfica se recordava do apartamento de Mariana. Os poucos segundos que tive para observá-lo foram o suficiente para concluir: a garota não está bem. O chão estava coberto por roupas e embalagens de comida, e os móveis não eram limpos a um tempo.

Mesmo que não a conhecesse bem, e soubesse seu nome há apenas algumas horas, fiquei realmente preocupado com o bem-estar dela. Ainda não sabia muito o que poderia fazer, mas estava convicto a ajudá-la como pudesse.