sete

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A loira, jogada no sofá e em prantos soluçantes, olhou em volta por um momento: seu apartamento estava uma bagunça.

Ela nunca havia sido extremamente organizada, mas sabia guardar as coisas em seus devidos lugares.

Agora, em pouco menos de duas semanas, o imóvel estava irreconhecível. Roupas jogadas por todo canto, móveis empoeirados, plantas secas e embalagens de comidas no chão. E o seu quarto com certeza devia estar ainda pior.

Mas a menina não conseguia arranjar forças pra arrumar sua bagunça. Ela não tinha forças pra quase nada. Apenas para chorar, comer e tomar banho.

E tudo isso, sozinha.

O frio de São Paulo começou a se espalhar pelo apartamento, uma chuva forte havia começado e Mariana logo se apressou em fechar a porta da sacada e a janela do seu quarto.

Voltou a se encolher no sofá, se esticando para pegar uma coberta no outro canto do estofado. Aquela tinha virado sua cama há dias.

Chorar já não bastava. Ela queria se aliviar ainda mais da dor que sentia.

Infelizmente, não tinha com quem conversar.

Começou a andar pelo apartamento, em busca de alguma coisa que pudesse a aliviar um pouco.

Chegou na cozinha, e se lembrou do conjunto de facas que havia comprado recentemente.

Há alguns meses, quando ela e Vitor estavam no auge do seu relacionamento. Ela tinha altas expectativas, realmente achava que um dia morariam juntos e se casariam. Mal sabia ela.

Estava intacto na gaveta, desde que o comprara.

Finalmente, a garota tomou coragem para abrir aquela embalagem.

LIGHT | rafael langeOnde histórias criam vida. Descubra agora