— Ah meu Deus, não! — Disse em meio a risos, tentando afastar a mão do outro de perto de seu rosto e ao mesmo tempo não derrubar seu sorvete.
Mark ria junto do menor, tentando se vingar do garoto que havia passado sorvete de morango em seu rosto. Estavam na maior bagunça, perdidos em seu próprio mundinho e parecendo duas crianças felizes, sem nem mesmo se importar do que as pessoas que passavam ali na praça iriam falar ou pensar dos dois.
Aquilo estava sendo normal entre eles ultimamente. Depois do episódio em que Mark foi até sua casa por conta do suco, eles começaram a sair mais vezes, para tomar sorvete, comer um lanche ou simplesmente conversar, criando também mais intimidade a agora podendo dizer que realmente eram amigos e não apenas breves conhecidos de sua lista de contatos. A companhia um do outro era agradável e eles apreciavam muito os momentos em que estavam juntos.
Donghyuck dava risadas altas, ignorando tudo a sua volta e Mark, que apenas continuava a sorrir agora, observava o quanto o Lee menor era lindo sorrindo. Nunca teve masculinidade frágil e sempre admitia quando um outro homem era bonito, não ligava para isso. Também não dava importância se iria gostar de homens e mulheres, sua própria sexualidade não importava, sempre via, acima de tudo, que independentemente de sua sexualidade, o amor e paixão prevalecia em todas relações. Mark era sim romântico e nem ele mesmo poderia negar isso, nem que quisesse.
— O que houve? — O coreano questionou, tirando Mark de seus pensamentos enquanto tentando recuperar o fôlego, percebendo que o outro o observava. O canadense apenas balançou e cabeça em negação e o coreano viu aquilo como mais uma oportunidade de fazer uma piadinha besta. — Eu sei que sou lindo, quer uma foto?
Mark riu com aquilo e buscou seu celular no bolso, vendo as horas e com isso avisou que precisava ir embora, já que tinha um compromisso marcado para mais tarde. O menor assentiu, com um breve sorriso e se ficaram em pé para se despedir.
— Tchau... — Hyuck proferiu depois de alguns segundos, mas continuou abraçado ao outro Lee, que também não queria o largar mas não sabia nem o porquê.
— Tchau... — O canadense também disse mas continuou abraçado, sentindo o cheirinho de criança do cabelo de Donghyuck, aquele a qual ele desejou sentir a alguns dias atrás. Ele era tão viciante e nem sabia disso.
— Okay, tchau... — O coreano falou baixinho e foi se soltando aos poucos, mesmo que quisesse continuar ali mais e mais, até que não aguentassem mais a presença um do outro. Eles então se mantiveram ali, apenas se encarando.
— Até outro dia, Hyuck. — Foi o canadense quem disse por fim e sorriu simplista, assim como o outro Lee e foi dando passos para atrás, até Donghyuck lhe dar um aceno e ele sentir que poderia se virar e fazer seu caminho, voltando ao seu mundinho de pensamentos confusos.
É, talvez ele estivesse definitivamente gostando do coreano.
[...]
— Mãe! Mãe! — Ele gritou pela casa, procurando pela mãe com olhares rápidos por cada um dos cômodos da casa, até encontrá-la na lavanderia colocando as roupas na máquina e saiu de lá correndo, parecendo assustada e preocupada com ele, ainda com várias roupas em seus braços, algumas derrubadas atrás de si. — Eu consegui!
— Quer me matar do coração, garoto?! — Ela reclamou em tom alto, pegando uma das peças de roupas em seus braços e jogando nele, que pegou antes que caísse no chão e a colocou de lado, em cima do balcão com algumas flores que havia ao seu lado, caminhando até a mãe. — Conseguiu o que?
— Lembra aquele emprego de meio período que eu havia te falado? Que Mark me indicou? — Ela assentiu, se lembrando que o filho havia lhe contato sobre ele na tarde do dia anterior, quando chegou de mais de um de seus passeios com Mark. Ela desconfiava que os tivessem algo a mais do que amizade, já que o filho não parava de falar do tal Mark, mas ela não queria se meter em seus assuntos, queria que o filho lhe contasse quando estivesse pronto. — Eu tenho um emprego, mãe!
Ela sorriu e se aproximou para abraçar ele, jogando todas as roupas no chão para isso, vendo que o filho estava eufórico. Donghyuck a largou depois de breves segundos a abraçando com força e com ela lhe parabenizando e avisou que iria sair e já voltava, e antes que ela falasse alguém, ele já estava de saída, gritando da porta que iria contar para o canadense. Então ela apenas o deixou ir e voltou ao seu trabalho, juntando as roupas do chão e rindo breve, sentindo saudade de sua juventude.
[...]
— O Mark está? — Ele perguntou quando a porta foi minimamente aberta e os cabelos de Wendy apareceram ali, sem nem mesmo deixar a garota aparecer por completo e se repreendeu por um momento, pensando que poderia ser a mãe deles e ele nem ao menos foi educado.
Mark havia dado seu endereço, para caso ele não atendesse o telefone e fosse algo importante, então aqui estava ele. Obviamente veio correndo com tudo o que havia em si, já que não moravam longe e agora estava ofegante, quase sem ar em seus pulmões e sem quase conseguir colocar um novo oxigênio para dentro.
— Ele está lá em cima. Veio correndo? O que houve? —Questionou dando espaço para ele passar, era realmente Wendy e ele agradeceu por isso, rapidamente dando um oi para ela e perguntou onde era o quarto do amigo, sem responder as perguntas feitas pela garota. — No segundo quarto a direita.
Ele agradeceu rápido com um sorriso e subiu as escadas em disparada, não conseguindo ouvir o que a garota no andar de baixo disse, mas não se deu tempo de ouvir. Quando chegou ao topo das escadas, ouviu sons de vozes baixas, vindo de algum dos cômodos ali de cima. Se aproximou da porta indicada pela irmã do canadense e parou na frente dela, observando as duas pessoas conversando sentada uma de frente para outra na cama, vendo que era dali que vinha os sons proferidos no corredor inteiro mas inaudíveis para quem estivesse um pouco longe.
— Eu gosto de você, não sei quando isso aconteceu, mas eu não posso fazer nada... — A garota que estava de costas para Donghyuck e de frente para Mark disse e o coreano sentiu o sorriso diminuir gradativamente, enquanto ouvia as palavras dela serem proferidas com calma para o coreano. — Você acha que a gente teria alguma chance de dar certo?
Viu Mark sorrindo de maneira feliz para ela e se lembrou de ele dizer que tinha um compromisso mais tarde, com isso o coreano não conseguiu ficar mais parado e apenas olhando toda aquela cena. Naquele momento, havia percebido que não gostava do canadense apenas como um amigo e uma ótima companhia. Ia muito mais do que aquilo e ouvir as palavras da garota junto com o sorriso de Mark foi um soco no estômago.
— Vocês formariam um lindo casal. — Disse com a voz embargada, apertando o celular nas mãos e dando passos para trás, querendo se afastar dali e daqueles dois o mais rápido que pudesse.
Os dois se levantaram da cama ao ouvirem a voz do menor. A garota de longos cabelos castanhos escuros estava com um olhar aflito, assim como Mark, que se aproximava e dizia que não era o que ele estava pensando e que ele poderia explicar tudo. O coreano se virou, ignorando o que ele falava e passou por Wendy, que estava parada ao seu lado e provavelmente ouviu o que a garota havia dito, mas provavelmente não estava ali para isso e sim para que o coreano não ouvisse a conversa dos dois e se magoasse, para que o irmão continuasse lhe fazendo de trouxa. Era o que ele havia deduzido enquanto descia as escadas em disparada, quase caindo em um dos degraus, do mesmo modo que havia chegado lá em cima.
Buscou seu celular no bolso e discou o número já decorado do melhor amigo. Mark tentou ir atrás mas Wendy o impediu, dizendo para que deixasse ele se acalmar e depois os dois conversariam. O Lee mais velho se encontrava aflito, mas apenas concordou com o que a irmã disse, já que não podia fazer nada no momento.
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𝙇𝙖 𝙇𝙖 𝙇𝙤𝙫𝙚 - 𝑀𝑎𝑟𝑘ℎ𝑦𝑢𝑐𝑘
FanfictionContratempos ocorrem diariamente na vida das pessoas, principalmente naqueles momentos em que estamos mais desesperados por algo. Esse foi o caso de Donghyuck, que acordou pela manhã sem saber onde estava o envelope de presente do seu melhor amigo e...