capítulo 03

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   Era manhã 06:30, eu estava no meu quarto fazendo o trabalho de história, usava um vestido azul sem mangas, que media acima do joelho meus cabelos estavam presos em um rabo de cavalo. Meu cabelo batia na cintura,  então deduzi que não passava de um sonho, pois atualmente ele estava um pouco abaixo do ombro.

   Jonas chega correndo no quarto. Pede puxando meu vestido.

   - titia me leva pra passear lá fora por favor. Eu já pedi a chata da Malina, mas ela não quer ir, por favor titia - pede juntando as mãozinhas.

   - mas você não era pra estar na escola?

   - hoje é sabu não tem aula. Você não sabia? - pergunta pondo as mãos na cintura o que o deixou mais fofo ainda.

  Jonas é o filho da minha irmã mais velha, Sara, que feleceu com câncer um mês após o nascimento dele, ele tem apenas 6 anos e já perdeu a mãe, o que mais me entristecia mais ainda era o fato dele não ter tido tempo de conhecê-la melhor, o que o deixava sem nenhuma  lembrança, nada nem um sorriso, nem um gesto, por isso que sempre que posso divido as minhas com ele e algumas fotos.

   Após a morte de Sara não assumi somente o papel de mãe, mas o de pai também, porque aquele idiota não quis mais saber do filho ao perceber que ele tinha um problema na perna direita  que o atrapalhava um pouco enquanto ele andava. A mamãe e o papai trabalhavam muito, então ficou pra mim a responsabilidade de cuidar dele, responsabilidade essa que eu fazia com amor e carinho.

    - Ata é que eu estou meio fora da casinha hoje...vem cá meu gatinho daqui a pouco a titia vai ok?

   Puchei-o para meu colo.

  - titia posso te contar um segredo?

  - Claro que pode meu amor.

   Me abraça - eu te amo.

    -oww eu te amo também.

   - pode contar outro? - pergunta sorrindo.

   - Quantos quiser.

    - Você lembla daquele seu vestido que sumiu?

   - Sim o que aconteceu? - perguntei sorrindo, mesmo já sabendo o que tinha acontecido com ele após uma briga minha com a Marina.

   - Malina queimou, eu vi ela queimando - fala baixinho com os olhos arregalados, como se fosse um grande segredo da NASA. O que quase me fez sorrir.

   - Serio? O que eu faço com ela? - entro na brincadeira. 

   - plimeiro vamo lá fora, aí depois nos pega ela.

   - E bom mesmo, mas quem chegar pelo último é a mulher do padre - falo correndo no ritmo dele.

   Chegando na sala me deparo com a mamãe de resta franzida.

  - Alessandra você não é mais criança pra ficar correndo pela casa.

    Ignorei o fato dela me chamar de Alessandra apesar d'eu odiar, mas a mamãe era a mamãe.

   Contra ataquei - não importa minha idade eu poderia ter 58 anos e mesmo assim correria por aí, não vejo problema nisso.

   - Não sei se você sabe, mas quando você estiver com 58, talvez não consiga nem dar um passo com essas porcarias que você come, imagina correr. Nossa como você é tão ingênua querida.

   A senhora Maria Martins é a minha mãe, vive implicando comigo, mesmo sem motivos, mas sei que apesar de tudo ela me ama. Ela é assim mal humorada porque teve filhos "cedo demais" e seus pais, meus avós, viraram as costas pra ela, sei que não foi fácil, é que as vezes eu não consigo segurar a língua.
  
   Ela usava uma saia jeans que média nos joelhos, uma blusa florida e os cabelos negros soltos. A marca registrada da minha família era o tom preto exageradamente escuro, que vem da por parte da mamãe e sei que o seu mal humor também vem dos fios brancos que estão surgindo.

A Cura Zumbi [Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora