De repente fecho os olhos e lembro-me como se fosse ontem: a voz da mamãe me falando pra tomar zuizo, o berro do Jonas, pedido mais biscoito, Marina, me aconcelhando a não discutir tanto com a mamãe. Marina era muito exigente e mais responsável que eu pra ser minha irmã mais nova... e ainda sinto o cheiro do perfume enjoado do papai.
- Vamos, Sandra! Eles estão vindo e são rápidos.
Voltei de meus pensamentos sobressaltada era, Marcos, meu companheiro na caminhada da vida que agora me despertava. Sua expressão era de espanto enquanto me fitava. Não demorou muito até que percebesse do que se tratava, rapidamente desencostei da parede em que estava. Era um dos postos de gasolina abandonados depois do A.Z. (O que chamo de Apocalipse zumbi).
- O que?! Onde eles veem? - perguntei, Mas antes mesmo da resposta resolvemos correr, o lugar já estava tomado e os zumbis estavam há apenas 15m de nós. Há 10m avistamos um carro, com sorte ele ainda funcionasse.
- Rápido, Sandra, corre! - Marcos resmunga.
Uma das coisas que não entendia era o fato d'eu aínda estar viva. O próprio, Marcos já havia falado da minha vagareza. E pra completar tinha o fato d'eu ter asma. Não asma fatal a ponto de precisar de bombinha. Nesses últimos dias correr havia se tornado um desafio e como sempre, Marcos, me deixava pra trás.
- Ei, espera - resmunguei.
Ele alcança o carro primeiro, em seguida entro, antes da porta se fechar um zumbi pula no meu pé, assustada minha reação é chutar o zumbi que sai do meu pé, mas não do meu tênis. Rapidamente fecho a porta.
- Aí meu Deus!.... Já há alguns quilômetros daquele local.
- Acho que você poderia correr mais rápido se quisesse, ou se esforçasse - Marcos comenta. Quando abri a boca pra falar da asma ele interrompe.
- Eu já sei.
- Então por quê ainda discute esse assunto?
- Porquê você está comigo. Tenho que te proteger.
- Mas não é bem isso que você faz! - retruquei.
- Pena que você não reconhece.
- Você me ajuda apenas quando tem certeza de que não será Mordido, caso contrário me deixa pra trás e seja o que for de mim.
- Já chega! Estou dirigindo não atrapalha por favor.
- Idiota.
- Droga, droga agora não. - murmura metendo um soco no volante - a gasolina já era. Teremos que caminhar, o bom é que parece não ter zumbis por perto.
Caminhamos pelo que parece um deserto sem fim, a camada de ozônio parece estar mais em extinção do que a própria raça humana. Meu pé esquerdo está queimando na areia quente, não sei por que o zumbi pegou meu tênis já que eu precisava mais do que ele.
- Oh, Sandra, você pode fazer o favor de andar rápido? - pede como sempre à um metro na minha frente. - logo vai anoitecer.
- Caso não tenha percebido eu estou aleijada de um tênis e estou cansada. Vamos parar um pouco, só uns cinco minutos no máximo.
Virou e agora me fitava com ar zangado. Marcos é alto, cabelo preto da mesma cor dos olhos.
- De tudo você reclama. Se não andarmos é o mesmo que não ter um lugar pra passar a noite. - argumentou. Faço uma cara triste. - só mais um pouco Sandra, já estamos chegando em uma comunidade. Só mais uns passinhos?
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A Cura Zumbi [Em Revisão]
Fiksi IlmiahApós um Apocalipse zumbi, Sandra, uma garota de 17 anos tenta sobreviver e reencontrar sua família, mas não contava que não será apenas dos zumbis que terá que se defender, mas de pessoas vivas que segundo elas a cura para o vírus está em seu sangue...