Capítulo XXVII

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As lágrimas desceram muito rápido, assim como as peças se re-encaixaram.

- Pasca? Pasca?! - Sirius perguntou, suas mãos levantaram-se, segurando os cotovelos dela. - O que foi? Está ferida? - Ele começou uma revisão pelo corpo da garota, procurando ferimentos.

Ela negou com a cabeça, começando a soluçar. Sirius olhou em seus olhos.

- ... Está com medo? - Perguntou baixinho.

Pasca balançou a cabeça afirmamente. Ele a trouxe para seus braços, pousando a cabeça dela em seu ombro e fazendo sons reconfortante, como se estivesse acalmando uma criança.

- Está tudo bem, já passou. Passou, passou. - Disse enquanto alisava seus cabelos.

- Vamos, tome um banho quente, vai se sentir melhor.

Ele a levou pela mão para o banheiro e regulou a temperatura do chuveiro, quando os espelhos estavam embaçados, ele tirou o casaco dela, sapato, meias e a fita de seu cabelo.

- Sirius... Você pode ficar na porta? - Pasca murmurou.

Ele assentiu e beijou sua testa, depois fechou a porta e sentou-se do lado de fora, as costas contra a madeira.

Escutou quando o som da água pareceu diferente, não batia mais totalmente contra a porcelana da banheira. Ele fechou os olhos, esperando que ela saísse do banheiro, e tão rápido quanto eles fecharam, Pasca abriu a porta. As costas de Sirius encontraram o chão de repente e ela soltou um riso curto e baixo. Ele sorriu para ela do chão. Ela estava envolvida em uma toalha grande e felpuda.

- Acho que cochilei. - Ele disse levantando-se.

- Pode pegar qualquer roupa daquele armário. Vou tomar um banho bem rápido, tá bom? Você nem vai ter tempo de se sentir sozinha.

Pasca olhou ao redor, assustada.

- Você... pode esperar dentro do banheiro se quiser. - Ele ofereceu, sem olhar em seus olhos.

- Tudo bem, eu vou ficar bem. Vá rápido, ok? - Pasca disse com um pequeno sorriso.

Como prometido, Sirius realmente tomou um dos banhos mais rápidos antes visto. Antes da porta fechar, ele já estava tirando a camisa.

Quando o garoto voltou para o quarto, Pasca estava sentada em sua cama com um casaco de moletom grená enorme, com o escudo de Hogwarts e uma calça de pijama cinza. Ela estava secando o longo cabelo com uma toalha e suspirou quando Sirius abriu a porta.

- Realmente foi rápido. - Ela murmurou.

Sirius tinha vestido um moletom igual e uma calça esportiva que estava no banheiro.

- Você está melhor? - Perguntou aproximando-se.

Pasca assente, mas as lágrimas re-começam a descer, a traindo. Sirius a toma em seus braços e a abraça forte. O cheiro do shampoo dele está em seu cabelo.

- O que era aquilo, Sirius? Estava te perseguindo? - Pasca pergunta depois de conseguir se acalmar.

Ele suspira - Tem certeza que quer falar disso agora?

Ela assente com a cabeça.

- Quando Lupin era pequeno ele foi mordido por um lobisomem, - Pasca arfou de surpresa, cobrindo a boca, mas Sirius continuou - já ouviu falar de Fenrir Greyback? Foi ele... Foi uma vingança contra o pai de Lupin.

"Todo mês em Hogwarts ele se trancava na Casa dos Gritos e... Você viu o estado da casa. Não há cura para licantropia. As noites sozinho lá eram terríveis e eu, James e Pettigrew aprendemos a nos transformar em animagos. Fazemos companhia e ele não se sente tanto um monstro... Fica mais calmo, mas com humanos tão perto assim... Aquilo que você viu lá era o Remo."

Lumos SolemOnde histórias criam vida. Descubra agora