Capítulo IV

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- Já havíamos tido... complicações, mas nada assim antes... Ele perguntou para mim quando... pessoas como eu seriam banidas da escola e eu respondi algo... mal educado para ele enquanto saíamos do salão e nem percebi quando ele levantou e veio atrás de mim. Se não fosse Pasca... Não sei o que poderia ter acontecido.

Apesar de não saber o que poderia ter acontecido, Lily estava muito calma, ao contrário de James que estava bambo que nem bambu.

Do lado de fora da sala do professor Dumbledore estava Rabastan e seu amigo, ainda um pouco tonto. Dentro da sala, Peter, Lupin, Sirius, Pasca, Lily e James estavam sentados a frente de Dumbledore que acenava com a cabeça, estimulando Pasca e Lily a contarem mais.

Percebendo que elas não contariam além do que já haviam dito, Dumbledore acenou novamente com a cabeça e levantou-se da mesa. Sua fênix empulerada parecia limpar as penas com seu bico, perpassando-o por elas e arrancando algumas. Ela aparentava começar a murchar, como uma rosa depois de 3 dias.

- O que fez hoje, Srta. Viridiano, foi brilhante. - Dumbledore disse, seus olhos azuis serenos pairando sobre ela. - Uma maldição poderosa dessas vinda de um garoto talvez não fizesse tamanho mal em Srta. Evans, mas também não era para uma garota dominar a arte da Legilimencia, certo?

Pasca sorriu sem mostrar o dentes, desviando o olhar de Dumbledore enquanto Sirius pousava os olhos sobre ela. Rapidamente ele tentou parar de pensar o que estava pensando, com receio de ela ler sua mente.

- Acho mais do que digno 100 pontos para a Lufa-Lufa. Podem ir agora, por favor, chamem o Sr. Lestrange. - Disse Dumbledore voltando a se sentar.

Na saída do salão, naquele mesmo dia, seguiu-se o seguinte:

- Avada... - Saindo do salão, Rabastan Lestrange começou a proferir um dos feitiços das trevas, sua voz cheia de amargura.

Pasca, na frente de Lily, James, Lupin e Peter, já previra o que Rabastan iria fazer e mais alto que ele, ela gritou: - Expelliarmus!

A varinha de Rabastan caiu no chão, porém, não longe o suficiente para que ele não pudesse abaixar-se rapidamente e do chão apontá-la para Pasca que tão rápido quanto antes, prevendo os movimentos de Rabastan gritou:

- Cistem Aperio! - Instantaneamente a ponta da varinha de Rabastan começou a pegar fogo.

- Confundus! - Pasca gritou novamente, para o amigo de Rabastan, que retirava do bolso, a varinha.

No corredor e no salão principal era só silêncio. Sem Pasca nem perceber Lily estava virada em sua direção, seu olhos antes gentis estavam surpresos.

Sirius, que viu toda a ação da escada, deu alguns passos e olhou na direção de onde os feitiços vieram e virou-se para onde foram. Ele levantou a sobrancelha direita e soltou uma risada entre os lábios, fazendo com que seus amigos, Pasca e os amigos dela olhassem para ele.

Todos esses sete parágrafos passaram-se em 9 segundos.

- Ah, Srta. Viridiano. - Dumbledore disse.

Eles ficaram em silêncio, os outros alunos saindo da sala, a porta entreaberta. Passaram-se alguns bons segundos.

- Bala de limão? - Dumbledore perguntou, uma pequena bala embalada em plástico amarelo na palma de sua mão estendida.

Pasca sorriu enquanto aceitava.

Ela saiu e ao virar-se em direção as escadas, a porta de Dumbledore entreaberta, deu de cara com Lestrange, vindo do lado direito dela.

- Você vai se ver comigo. - Ele disse baixinho, mas ainda perigoso.

- Cai fora.

Os dois olharam para o canto esquerdo do corredor, onde Sirius repousava contra a parede. Lestrange fez um som parecido com um rosnado e entrou na sala de Dumbledore.

Pasca encarou a porta fechada, as sobrancelhas altas.

- Hum, obrigada. - Ela disse virando-se na direção de Sirius, que se aproximava.

- Obrigada você. - Sirius disse em um murmúrio.

Esse momento era o mais perto que os dois haviam estado e Sirius podia ver que os cílios de Pasca eram tão incrivelmente loiros quanto eram compridos e que, olhando de perto, assim, ela possuía algumas sardas perto dos olhos, estes, inclusive, eram de um caramelo tão forte que parecia rodopiar, como em um caldeirão. Seus olhos grandes, combinavam com sua boca pequena, quase em formato de coração, como seu rosto. Sua mandíbula era marcada, de forma que suas maçãs do rosto ficassem levemente destacadas. Atrás das orelhas, alguns cachinhos perdidos do longo cabelo brilhante amarrado alto em um rabo de cavalo. Mas tudo isso Sirius só podia ver agora.

Ele corou levemente, os lábios entreabertos levemente.

Pasca piscou duas vezes, um pouco confusa.

- E-eu vou descer agora. - Disse ela.

- Ah, tá bom. - Disse Sirius quando ela já estava descendo.

Pasca deu de cara com Lilian, Potter, Peter e Lupin esperando no final do lance de escada. A vontade dela era dar meia volta e subir escada acima. Ela preferia ficar lá com Sirius, cujo ela julgava um pouco assustador.

Os quatro aproximaram-se dela todos ao mesmo tempo. Houve muitas palmadinhas nas costas, expressões de surpresa e frases de agradecimento. Eles a chamaram para passar o resto do tempo de aula juntos, mas ela disse que preferia ficar sozinha naquele momento. Eles entenderam e se viraram para ir embora. Pasca foi na direção oposta e rumou para o lago negro.

Seus reflexos foram muito rápidos naquele dia mais cedo. Ela sentira diretamente atrás dela um pensamento grave, intenso e destemido e pode até ver o que Rabastan estava pensando. Sua reação foi tão rápida que as vestes ainda ondulavam, devido a seu movimento brusco, enquanto o raio vermelho saía de sua varinha.

Quando ela percebeu, estava sentada à margem do lago. Pasca olhou para o fundo. Criaturas ondulantes movimentavam-se e as plantas aquáticas ao redor da água remexiam-se. Seus olhos encontraram a margem do lado direito, onde um cão tão grande quanto um urso estava sentado, como se fosse um cachorrinho. Língua para fora e tudo.

Pasca jogou-se para trás, como se as patas enormes do cão já estivessem em seus ombros. Ela nem percebeu quando uma pedra afiada arranhou fundo sua mão. Apoiada nos cotovelos, ela viu o cão ainda imóvel. Seu pelo era longo e brilhante, as orelhas estavam apontadas para cima e ele mal se movia. Ele estava perto o suficiente para que ela não tivesse tempo de correr.

Seu cérebro começou a praticamente tremer enquanto ela pensava o que fazer. "Varinha? Correr? Barganhar?". E seu corpo fez o que podia fazer diante da situação. Desmaiou.

Sirius arregalou os olhos e correu em sua direção. Em sua cabeça só havia "ai caramba, ai caramba, ai caramba, ai caramba ai caramba" e "o que eu faço? o que eu faço? o que eu faço?". Ele olhou para as janelas do castelo e pensou que qualquer um poderia ver essa cena, ele não poderia se transformar, mas se não se transformasse, como colocaria Pasca em suas costas e faria algo? "Por que eu não podia ser um macaco e ter polegares???", pensou.

Sirius transformou-se em garoto novamente e puxou o corpo inerte de Pasca para si enquanto olhava para as janelas do castelo. Ele segurou seu torso e pernas, ela embalada nas vestes, enquanto seu rosto repousava no peito dele.

Sirius correu na direção do castelo, as costas contra as pedras, ele arfava enquanto pensava. Não poderia levá-la até seu quarto, pois além de não saber qual era, não saberia como entrar no salão comunal da Lufa-Lufa. Essa parte nãos seria difícil, mas seria um desafio a mais com Pasca nos braços. Porém, ele não poderia entrar no dormitório das meninas. O único lugar menos suspeito e com menor risco de ser pego era a enfermaria.

Escondendo-se de fantasmas atrás de pilastras e de alunos passeando pelos corredores, Sirius espiou pela janela da porta da enfermaria, procurando por Madame Pomfrey, mas nem sinal dela.

Ele entrou na enfermaria, descansando o corpo de Pasca sob a maca.

- Por favor, só tenha desmaiado. - Ele murmurou enquanto abria a janela.

Antes de saltar para fora, Sirius olhou mais uma vez para Pasca e revirou os olhos enquanto voltava e estendia um lençol sob ela.

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