Capítulo XII

141 9 4
                                    


Os cabelo dourados da garota caíam em cascata pelas costas. Sua capa encontrava-se na terra, dobrada ao seu lado, as mangas da camisa branca, coberta pelo colete de lã cinza, estavam dobradas até quase seus cotovelos. Ela examinava de perto a planta bizarra, extremamente atenta às esferas que pareciam alargar quando suas digitais se aproximavam de suas colorações esbranquiçadas.

— Quê isso? - Sirius pergunta atrás de Pasca.

Ela pula sentada, se assustando e dando um grito curto. Ela vira-se na direção de Sirius e avista-o sem a capa e com as mangas dobradas também, a gravata vermelha, com linhas magras de dourado, frouxa ao redor do pescoço.

— Uma planta muito venenosa. Um simple toque e... morte. - Pasca disse a última parte olhando para seus dedos. - Mas ministrando doses certas curam pessoas muito doentes. Belo paradoxo, não?

Sirius se aproximou lentamente, sentando ao seu lado e encarando a planta, depois encarando Pasca. Para ela, estes pareceram passos mais de um animal do que de um homem, são lentos e precisos, ele leva todo o tempo que precisa antes de encará-la.

— Você é muito lufana, hein. - Sirius a oferece um sorriso torto, exibindo os dentes levemente.

Toda aquela cena assusta Pasca ligeiramente, como se ela estivesse prestes a ser devorada. Ela espanta esse pensamento breve e volta à realidade.

— Você só sabe que gosto de plantas. - Ela deixou o ar escapar pelo nariz, como uma risada, enquanto tornava a olhar para a planta.

— Sei também que você se importa com as pessoas, é gentil, não julga, é sensível. - Sirius disse enquanto estendia o dedo na direção de uma lagartinha verde que começou a se arrastar na direção de seu indicador.

Pasca corou violentamente e desviou o olhar para a família de unicórnios que pastava alguns passos deles. "Por que ele está falando isso?", pensou Pasca.

— Como você saberia disso tudo? Supondo que é verdade. - Ela completou rapidamente.

— Você protegeu a Lily, nunca a vi tratar ninguém com arrogância, seus amigos são quase todos sonserinos e cuida de animais e plantas e pessoas. - Ele completou a última parte rápido, a lagartinha se arrastava rapidamente em seu dedo.

Pasca olhou para Sirius e murmurou um "obrigada". Sirius olhou para seus lábios; a lagartinha, e sua sensação em seu dedo, esquecidas.

— Crianças, ainda estão aqui? - A professora apareceu seca. - Oh, vejo que encontrou uma Thanatos Zoe.

— Ah, sim. - Pasca diz com o rosto em chamas.

— Muito raras, muito raras. - A professora murmura.

— Sim. É por causa delas que eu gostaria de ir à Ucrânia. Bom, e de outras parecidas. - Pasca disse levantando-se.

— Ah, claro, claro. A Ucrânia é ótima para plantas venenosas, não é mesmo? - A professora comenta. - Espero que consigam descobrir o vegetal certo. - A professora sorri com as mãos na cintura.

Pasca sorri sem mostrar os dentes e confirma com a cabeça. De costas para Sirius, que pega a fita azul de Pasca e a coloca no bolso.

No castelo, Pasca usa a varinha como um secador de cabelo.

— Vou pesquisar mais sobre vegetais vermelhos. - Pasca diz com os olhos no horizonte. - Tenho um livro de vegetais que talvez tenha algo.

Sirius oferece olhares a Pasca, ainda constrangido pelo momento que eles tiveram pouco tempo atrás.

Lumos SolemOnde histórias criam vida. Descubra agora