Capítulo XIV

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 - Hum, não aparecem muitas pessoas interessantes. - Ela revelou com as mãos nos bolsos.

- Mas você também não parece que está com muitas pessoas ou que fica com muitas pessoas. - Sirius explicou.

Pasca ficou vermelha de vergonha e culpa. - E se eu estivesse com outras pessoas?

Sirius encarou a rua, refletindo sobre a pergunta. Ele partiu os lábios para falar algo, mas voltou a fechar a boca, sem saber exatamente o que dizer.

- Significaria que você está se divertindo.

Eles ficaram em silêncio por um tempo. Pasca refletia sobre o animago e se o que Sirius tinha dito era sincero, parecia vago.

- Não aparecem muitas pessoas interessantes que valem o esforço. - Ela disse.

Sirius abaixou o cigarro e a encarou, surpreso com a fala.

- O que? - Ela perguntou.

- Nada. - Ele respondeu.

Eles ficaram em silêncio por mais um instante.

- Você vale o esforço. - Sirius disse e foi a vez dela de ficar surpresa.

Ela sorriu e pensou que não sabia como se aproximar dele, queria abraçá-lo, ninha-lo em seu ombro por tentar entendê-la. Também queria contar que havia beijado um garoto que se transforma em cão e que quase não aguenta guardar esse segredo, mas sabia que ainda precisava ficar quieta sobre esta parte.

Pasca pensou sobre como gostava de Sirius Black e como ele era doce com ela, e que estava gostando daquele dia, mas também sabia que precisava ir com calma, sabia que esse era um cara que se assustava fácil com intimidade e que não queria que ele se afastasse. Pensou sobre como sabia que ele gostava dela, como ele havia deixado aquilo claro algumas vezes. Então simplesmente quebrou o espaço que dividia os dois parando em sua frente. Ela o abraçou pela cintura, por cima da jaqueta, e plantou o rosto em seu peito. Pasca o escutou arfar antes de envolvê-la com os braços também. Ela conseguia escutar o coração dele batendo forte e ritmado.

- Você vale a pena. - Ela disse sem olhar para Sirius, mas sentiu que foi o suficiente.

Ele a abraçou mais forte, colocando o queixo em cima da cabeça dela. Os dois ficaram assim por um tempo, até Pasca reunir coragem e levantar o rosto, inclinando-se nos dedos dos pés, para alcançar seus lábios para um beijo casto.

Aquela pequena cena despertou algo no âmago de Sirius, que pegou o rosto da garota com as duas mãos e a procedeu a beijá-la de volta, em um beijo bem menos casto.

Eles foram interrompidos rapidamente por um som alto na rua a frente. Ambos viraram-se na direção do barulho, Sirius agiu tão rápido quanto, pegando o pulso de Pasca e a colocando atrás de seu corpo. Ele reconhecia aquele som, não era algo de trouxas.

Pessoas corriam pela rua gritando, carros buzinando, fugindo do centro, fugindo da fumaça que havia sido instaurada. Quando ela se dissipou um pouco mais, Sirius pode ver seres encapuzados atordoando pessoas vestidas comumente.

Pasca arfou, vendo o mesmo que Sirius. Os dois pegaram as varinhas, Sirius sentia Pasca tremer atrás dele, mas ele estava reto e pronto.

- Estupefaça! - Sirius gritou, atingindo uma das pessoas encapuzadas, levando-a 10 metros longe e ao chão.

Os Comensais da Morte procuraram ao redor antes de seu colega cair ao chão e rapidamente viram Sirius e Pasca de varinhas erguidas.

- Avadra Kedrava! - Uma voz feminina gritou na direção deles.

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