Sirius levou Pasca pela mão até um restaurante com uma pequena entrada, desviando de trouxas vestidos de roupas da mesma cor, destinados a algum lugar comum, eles marchavam animados para a mesma rua.
A fachada de vidro do estabelecimento exibia um lugar largado. Não havia móvel algum e o chão estava completamente empoeirado. Restos de máquinas de costura estavam espalhados pelo concreto, assim como fios de lã. Acima da fachada, havia um grande letreiro com as cores apagadas, onde lia-se "Le Manteau de Laine"
Crias de bruxos, os dois já conheciam locais como aquele: fachadas feitas para aparentar descaso e perigo, para que os trouxas não entrassem.
Sirius olhou ao redor antes de empurrar a porta escrito "VENDE-SE ligue para Peter Reginals". Assim que passaram pela porta de vidro, não foram vistos pelos pedestres da rua e ninguém se preocupou com o sumiço dos dois.
Pasca sorriu ao encontrar um interior completamente diferente. O lugar era bem elegante, porém, muito confortável, com lareira, cadeira arredondadas de couro vermelho e mesas cobertas de toalhas brancas. A luz era baixa, a maior fonte de luminosidade era a lareira.
Eles se sentaram em uma das poucas mesas, a chama da vela acendeu-se com a chegada do casal. Havia por volta de cinco mesas, duas delas estavam ocupadas com bruxos, nem todos eles eram bons na arte de se enturmar com a moda dos trouxas.
- Como descobriu esse lugar? - Pasca perguntou enquanto o garçom chegava.
- Meu tio.
- Jovem Sr. Black, que prazer é tê-lo de volta ao Le Manteau de Laine. - O garçom disse com um perfeito sotaque francês.
O homem era alto e magro, com a careca já evidente, o cabelo preto circulando a base da cabeça branca. Ele vestia uma camisa branca com listras vermelhas carmim, calça preta. Seus olhos eram profundos, ele parecia muito presente.
- Boa noite, Thomas. Estou feliz de voltar. Esta é Pasca. - Sirius disse de forma muito educada e polida.
- Boa noite, senhorita! Espero que nosso restaurante a agrade.
- Thomas, sabe de algum feriado dos trouxas hoje? - Sirius perguntou.
- Ah, não, senhor, mas há certa movimentação nas ruas, certo? Posso recolher os casacos dos senhores? - Thomas pediu.
Os dois assentiram, o lugar já provocava-lhes um calor agradável. Thomas ajudou Pasca a retirar o casaco caramelo e Sirius virou o rosto para a direita, escondendo o rubor do rosto em vista do decote interessante.
- Sirius? - Pasca chamou.
- Hum? - Sirius voltou-se para ela, sem olhar na sua direção.
- Está tudo bem?
- É que você... - Sirius passou a mão no rosto, como se tentando deixar a vista mais clara. - Me deixa louco.
Pasca deu um pequeno sorriso, parecendo achar interessante provocar aquilo nele.
- Você nem faz ideia. - Sirius disse voltando a olhar nos olhos de Pasca, reforçando a última palavra, pensando em sua vida dupla.
Sirius lembrou de seus beijos, as mãos, os afagos, o cheiro dela e aquilo levou um arrepio passar por seu corpo.
- Aqui está o cardápio. - Thomas voltou com os menus em mãos.
Pasca sobressaltou-se com a quebra do momento, mas pegou o cardápio assim como Sirius. Ele deixou este cardápio de lado e passou a olhar o menu de vinhos.

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Lumos Solem
FanfictionPasca Viridiano é uma lufana que encontra com Sirius Black em sua forma de cão, quando isso deveria ser um segredo. A primeira vista um cão negro imenso pode ser assustador, mas também pode revelar-se um confidente no início da Primeira Guerra Bruxa...