35. Uriel

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Olá mais uma vez!

Mais um capítulo sem revisão que pode conter possíveis erros.

Conto com a compreensão de vocês, e mais uma vez peço desculpas pela demora.

Beijos procês!

Uriel abriu os olhos e viu aquela casa, a típica casa de uma próspera família russa. A neve cobria tudo com exceção do asfalto, graças ao competente trabalho de remoção de neve do município. Ele costumava ficar na janela junto com sua irmãzinha mais nova e seu irmão que tinha quase a sua idade, olhando os caminhões removedores de neve trabalhando, inclusive faziam bonecos de neve a noite, para vê-los sendo destruídos pelos caminhões durante o dia.

Mas ele não deveria estar ali, e não entendia como era possível, pois estava no carro com Balthazard á caminho de Miraculous Clearing depois de lutar contra Lilith, e agora se viu ali na frente de sua antiga casa que tinha se acabado em cinzas junto com sua família há seis anos atrás, e vê-la inteira e linda como costumava ser, o encheu de sentimentos bons e ruins que ele havia reprimido faz tempo.

Ele se lembra daquela noite, e se lembra com detalhes. Sua mãe os havia colocado para dormir, mesmo sob protestos dele e do irmão, que já estavam "grandes" demais para aquilo, mas no fundo adoravam aquele beijo de boa noite da mamãe. Ele não fazia ideia de que aquele seria o último, e depois de muitos anos, ele sentiu uma lágrima correr gelada pelo seu rosto, e cair na neve.

Devia ser um sonho, e isso também havia sumido junto com seus sentimentos há muito tempo. Ele simplesmente se desligava e ligava novamente como uma máquina programada para não sentir, mas se estava sonhando agora, por que sentiu a lágrima gelada em sua pele, e por que o vento gelado arrepiava os pelos de seus braços? A única coisa que se lembrava sobre sonhos, era que não se podia sentir nada, nem dor, nem frio, nem gostos e nem cheiros, e ele estava sentindo o frio da neve, e o frio do vento.

Uma movimentação chamou sua atenção, ele viu três figuras se aproximarem nas sombras, e as reconheceu: Eram os três demônios de elite, Lilith, Abigor, e Azazel. Eles vieram na sua direção, e atravessaram seu corpo como se fosse apenas fumaça, e ele entendeu que, mesmo sentindo frio, não estava ali de verdade, e decidiu segui-los enquanto eles iam em direção à casa.

_ Por que simplesmente não entramos e pegamos o moleque? _ Abigor perguntou impaciente. _ Não aguento essas missões cheias de frescura.

_ É por isso que sou eu que vou entrar lá, querido! _ Lilith respondeu com seu tom arrogante de sempre. _ A sua parte você já fez incitando a revolta para prender o Siegfried. Agora é a hora do meu show.

_ Só seja rápida e não deixe o garoto te ver, Lilith! _ Azazel disse, impaciente com a discussão dos dois. _ Eu também não sei por que precisam dele, nossas hordas já seriam suficientes!

_ São ordens superiores Az! _ Ela disse, passando a mão no rosto dele. _ Até você está sujeito á elas.

Os dois ficaram parados enquanto ela seguiu para a casa, e Uriel instintivamente a seguiu passando pela porta como um fantasma depois que ela a fechou. O interior da casa era quente e confortável, e estar ali o encheram de uma nostalgia tão difícil de se controlar, que ele sentiu as lágrimas vindo em torrentes e não conseguiu controlá-las, entregando-se a um choro copioso e cheio de dor.

Lilith veio da cozinha com uma faca nas mãos, e ele a seguiu pelas as escadas até o quarto de seus pais, que dormiam, para vê-la cortando suas gargantas friamente. Era doloroso demais ver aquilo e não poder fazer nada. A sua mãe sequer acordou, mas o seu pai ainda abriu os olhos e se afogou lentamente com o próprio sangue.

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